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Mulher de São Paulo busca na Justiça prêmio da Mega da Virada

A história que vem gerando repercussão nas redes sociais desde janeiro de 2025 envolve uma mulher de São Paulo que afirma ter perdido um prêmio de R$ 80 milhões da Mega da Virada de 2024. O motivo? Um erro no registro da sua aposta em uma lotérica. Detalhes dessa situação intrigante levantaram questões sobre a segurança dos sistemas de loteria no Brasil e levaram o caso até a Justiça.

Elza Jesus, a protagonista dessa narrativa, conta que fez sua aposta no dia 31 de dezembro de 2024, já perto do fechamento das vendas, na Lotérica Trevo da Sorte, na capital. Ela escolheu manualmente seus números e acreditava ter feito tudo certo. No entanto, ao voltar para conferir o resultado, fez uma descoberta alarmante: os números sorteados, que coincidiam com os dela, não estavam registrados no sistema.

“Foi erro deles”, diz a apostadora

Em entrevista, Elza revelou que a falha ocorreu durante a digitação. Segundo ela, a atendente digitou os números corretamente, mas o terminal travou antes da finalização do pagamento, o que resultou na não confirmação da aposta. “Eu tinha certeza que estava tudo certo. Paguei, recebi o papel, mas quando voltei, disseram que a aposta não existia. Foi erro deles”, relatou.

Os números sorteados foram 21, 24, 33, 41, 48 e 56, e se Elza tivesse seu bilhete devidamente registrado, ela se tornaria uma das ganhadoras, já que o prêmio total da Mega da Virada daquele ano foi de R$ 588 milhões, dividido entre sete ganhadores.

A disputa judicial e a versão da Caixa

Com a frustração de não encontrar seu bilhete entre os premiados, Elza decidiu processar a Caixa Econômica Federal, alegando que houve uma falha na operação da lotérica, que está ligada ao sistema da caixa. Seu advogado insiste que existem provas de que a aposta foi registrada no terminal, mas não virou um bilhete oficial.

A Caixa, por sua vez, contrapôs a argumentação da apostadora afirmando que não há qualquer registro da aposta mencionada. Eles ressaltaram que todas as apostas válidas são processadas de forma automática, sem intervenção manual. Cada bilhete tem um código de barras único, essencial para a validação da aposta.

A repercussão do caso

A situação tomou conta das redes sociais, gerando um debate sobre falhas similares que podem atingir outros apostadores. Muitos compararam o caso de Elza a um incidente nos Estados Unidos, onde uma pessoa perdeu US$ 340 milhões em um erro de sistema da Powerball.

Além disso, a história dela acendeu um alerta sobre a fiscalização dos sistemas de apostas no Brasil. Especialistas explicaram que, embora os sistemas sejam interligados em tempo real, momentos de grande movimento, como na Mega da Virada, podem causar travamentos temporários. Isso não invalida uma aposta, mas pode complicar seu registro.

A luta de uma mulher contra o sistema

Enquanto aguarda uma decisão da Justiça, Elza vive uma mistura de esperança e desânimo. “Não quero tirar o prêmio de ninguém, só quero o que é meu por direito. Apostei, paguei e os números estão aí. Se tivesse sido registrado certo, eu estaria entre os ganhadores”, afirma.

O advogado de Elza está coletando provas, incluindo testemunhos, gravações de segurança e comprovantes de pagamento. O desfecho dessa ação na Justiça Federal pode estabelecer um precedente importante para situações semelhantes, especialmente se for provada alguma responsabilidade da Caixa.

Um debate que vai além do prêmio

Essa disputa não se limita apenas ao valor financeiro. O caso abre uma discussão mais profunda sobre a confiabilidade das loterias oficiais e a ausência de mecanismos independentes de verificação. Especialistas apontam que os apostadores brasileiros estão em uma posição vulnerável, já que não há uma forma pública de auditar os registros das apostas.

Enquanto isso, os preparativos para a Mega da Virada de 2025 estão a todo vapor, com vendas antecipadas em alta — e, ironicamente, usando o mesmo sistema que levou à polêmica envolvendo Elza. “Espero que sirva de lição para melhorarem os controles. Não é justo alguém perder um prêmio devido a um erro que não cometeu”, conclui a apostadora.

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