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A secretária que acumulou riqueza e transformou vidas

Sylvia Bloom, uma secretária de um grande escritório de advocacia em Manhattan, deixou uma história impressionante depois de sua morte, em 2016. Aos 96 anos, essa discreta nova-iorquina acumulou uma fortuna de milhões de dólares ao longo de seus 67 anos de trabalho, e o mais surpreendente é que ninguém, nem mesmo sua família, tinha ideia do quanto ela tinha.

Em 2018, sua herança foi revelada ao público, e o que mais chamou a atenção foi sua decisão de destinar a maior parte do dinheiro a uma fundação de apoio educacional. Dessa forma, ela transformou sua fortuna em oportunidades para milhares de jovens em situação de vulnerabilidade.

Uma vida simples em meio à fortuna

Nascida em 1919 no Brooklyn, Sylvia era filha de imigrantes da Europa Oriental e cresceu enfrentando as dificuldades da Grande Depressão. Desde cedo, aprendeu sobre disciplina e a importância de economizar. Mesmo com todo o dinheiro que acumulou, manteve hábitos modestos. Por exemplo, durante os ataques de 11 de setembro, ao invés de pegar um táxi, voltou para casa de ônibus, um gesto que sua sobrinha, Jane Lockshin, considerou um símbolo de sua vida simples.

O segredo de seus investimentos

Sylvia começou sua carreira no escritório Cleary Gottlieb Steen & Hamilton em 1947, logo no início da empresa. Foi lá que ela desenvolveu um jeito inteligente de investir: sim, copiando as estratégias dos advogados para quem trabalhava. Quando um chefe a orientava a comprar ações, ela fazia o mesmo, mas com seu próprio dinheiro e em menor escala. Com um olhar astuto e paciência, conseguiu transformar um salário modesto em um patrimônio impressionante ao longo das décadas.

Milhões de dólares destinados a causas sociais

O testamento de Sylvia pegou a família de surpresa. Jane Lockshin, encarregada de administrar a herança, descobriu que sua tia havia acumulado mais de 9 milhões de dólares. Desse total, 6,24 milhões foram doados para a Henry Street Settlement, uma instituição de caridade no Lower East Side de Nova York. Essa doação se tornou a maior da fundação e servirá para criar o fundo Bloom-Margolies, que oferece bolsas de estudo completas para jovens carentes. Além disso, 2 milhões de dólares foram destinados a outras instituições beneficentes.

Educação como legado

Sylvia acreditava firmemente que a educação era a chave para transformar vidas. Filha da crise de 1929 e com formação em aulas noturnas, ela entendia as dificuldades enfrentadas por muitos jovens. Por isso, escolheu que sua fortuna fosse utilizada para apoiar estudantes sem recursos. Como afirmou Jane Lockshin, “Ela queria que seu patrimônio beneficiasse quem tivesse oportunidades educacionais limitadas”. O fundo criado em sua memória oferece tutoria, preparação para exames universitários e suporte financeiro para a conclusão da graduação.

O impacto de uma vida silenciosa

A revelação da fortuna de Sylvia surpreendeu colegas e amigos. “Ela nunca falava de dinheiro, nem levava uma vida de luxo”, contou Paul Hyams, do departamento de Recursos Humanos do escritório onde trabalhou. Mesmo com sua vida discreta, seu legado se tornou significativo. David Garza, diretor da Henry Street Settlement, expressou a surpresa de todos diante da generosidade de Sylvia.

Discrição até o fim

Sylvia faleceu em um lar de repouso em 2016, mas viveu grande parte de sua vida em um apartamento simples no Brooklyn com seu marido, Raymond Margolies, que faleceu em 2002. Amava música, viajando de maneira modesta, e cultivou uma vida sem ostentações. Sua sobrinha acredita que Sylvia ficaria incomodada com a atenção após a revelação de suas doações, mas que aceitaria, sabendo que isso ajudaria as instituições.

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