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Genéricos são iguais aos de marca, mas custam até 60% menos

Os medicamentos genéricos entraram no mercado brasileiro em 1999, após a criação da Lei nº 9.787/1999. A ideia era simples: facilitar o acesso da população a tratamentos de qualidade, sem aumentar os custos. Desde então, milhões de brasileiros já utilizaram genéricos, que vão de antibióticos a remédios para diabetes e hipertensão.

Apesar de estarem disponíveis há mais de 24 anos, ainda existem dúvidas sobre sua segurança e eficácia. Isso gera certo preconceito sobre seu uso.

Genérico é igual ao remédio de referência?

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os genéricos têm a mesma substância ativa, na mesma concentração e forma farmacêutica, que os medicamentos de referência — aqueles que chegaram primeiro ao mercado e cujas patentes foram registradas. Isso quer dizer que um comprimido de paracetamol genérico de 500 mg funciona exatamente igual ao de marca.

A única diferença pode estar na embalagem, no nome e, em alguns casos, nos excipientes, que são substâncias auxiliares que ajudam a compor o comprimido. Mas a eficácia do medicamento sempre permanece a mesma.

Testes e rigor na aprovação dos genéricos

Para que um genérico receba a aprovação, ele precisa passar por rigorosos controles de qualidade, similares aos exigidos para os medicamentos de marca. A Anvisa realiza testes de bioequivalência e biodisponibilidade, que comprovam que o genérico age no organismo da mesma forma que o remédio de referência e com a mesma eficácia.

Esses testes são feitos em laboratórios certificados e envolvem voluntários saudáveis, assegurando que não existam diferenças significativas no efeito terapêutico. Assim, os genéricos não apenas funcionam igual, mas também são monitorados periodicamente para manter a qualidade da produção.

Diferença de preço: até 60% mais barato

Um dos grandes atrativos dos genéricos é o preço reduzido, que pode chegar a ser até 60% menor que o do medicamento de referência. Isso ocorre porque, após o fim da patente do remédio original, outras empresas podem produzir a mesma fórmula sem enfrentar os altos custos de pesquisa e desenvolvimento que a criação do medicamento original exige.

Essa diferença de preço democratiza o acesso à saúde. Famílias que antes não conseguiam arcar com tratamentos contínuos agora têm opções mais acessíveis e confiáveis.

Apesar de quase 25 anos de disponibilidade, muitos brasileiros ainda hesitam em optar pelos genéricos. Essa desconfiança se deve a alguns fatores:

  • Percepção de que “mais barato é inferior”: culturalmente, muitos consumidores acham que o preço menor significa qualidade inferior, o que não se aplica à medicina.
  • Diferença na aparência: os genéricos não podem replicar a cor, formato ou embalagem dos medicamentos de marca, o que pode causar estranhamento nos pacientes.
  • Falta de informação: muitos ainda desconhecem os testes e exigências da Anvisa para aprovação dos genéricos.

Pesquisas indicam que a aceitação está crescendo, mas é preciso ampliar a confiança da população.

Genérico, similar e referência: qual a diferença?

É fácil confundir esses termos, mas cada um tem sua definição:

  • Medicamento de referência: o original, que foi pesquisado e patenteado inicialmente.
  • Medicamento genérico: tem a mesma fórmula e eficácia do medicamento de referência, mas sem uma marca comercial e por um preço inferior.
  • Medicamento similar: possui o mesmo princípio ativo, mas pode ter variações nos excipientes, formato e nome de marca. Desde 2014, também precisam demonstrar bioequivalência.

Entender essas categorias ajuda o consumidor a fazer escolhas mais conscientes na farmácia.

Atualmente, os genéricos representam mais de 35% das vendas de medicamentos no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). É provável que essa participação continue a crescer, impulsionada pela demanda por tratamentos mais acessíveis e o envelhecimento da população, que requer cada vez mais remédios de uso contínuo.

Além disso, a evolução da tecnologia e a chegada de genéricos biológicos (biossimilares) devem abrir novas oportunidades no setor farmacêutico nos próximos anos.

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