Notícias

Descoberta de água oculta a 700 km abaixo da Terra em 2024

Em setembro de 2024, uma pesquisa publicada na Science trouxe à tona uma descoberta surpreendente: um imenso “oceano subterrâneo” existe a 700 quilômetros de profundidade no interior da Terra. A análise realizada com uma rede de 2.000 sismógrafos nos Estados Unidos mostrou que a água, na verdade, não está em estado líquido, mas sim presa em uma estrutura mineral chamada ringwoodita. Essa informação pode mudar completamente a forma como entendemos a origem dos oceanos.

Antes, acreditava-se que a água que compõe os mares veio, em grande parte, de cometas que colidiram com nosso planeta durante sua formação. Agora, com essa nova evidência, a ideia de que uma parte significativa da água dos oceanos poderia ter se originado do interior da Terra está ganhando força.

Como a descoberta foi feita

A descoberta foi possível graças ao trabalho minucioso de milhares de sismógrafos que analisaram mais de 500 terremotos. Os cientistas notaram que as ondas sísmicas se desaceleravam em certas profundidades, o que indicava a presença de moléculas de água misturadas às rochas. Esse foi o primeiro indício forte de que o interior do nosso planeta funciona como um grande reservatório de água, alterando a dinâmica geológica da Terra e a distribuição de seus recursos hídricos.

A importância da ringwoodita

O mineral ringwoodita é essencial nesse novo entendimento. Ele tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de água em sua estrutura cristalina, formando, assim, um verdadeiro oceano oculto. Estima-se que essa reserva subterrânea pode ser até três vezes maior que toda a água existente nos oceanos superficiais. Se esse volume de água fosse liberado, o nível dos oceanos poderia subir de forma alarmante, inundando quase todo o relevo da Terra, deixando visíveis apenas as partes mais altas.

Impacto sobre as teorias da origem da água

Até 2024, a teoria predominante era de que os mares se formaram através do impacto de cometas e asteroides repletos de gelo. Agora, com a nova descoberta, a hipótese de que a água já existia no interior da Terra, sendo liberada ao longo de bilhões de anos, ganha força. Isso sugere que nossos mares atuais podem estar diretamente conectados a esse reservatório subterrâneo, em um ciclo de armazenamento e liberação ainda em estudo.

O ciclo da água no manto

A pesquisa também revelou como se dá esse movimento de água. Durante o processo de subducção tectônica, quando uma placa oceânica mergulha abaixo de outra, a água é levada para o interior da Terra. Milhões de anos depois, essa água pode retornar através de erupções vulcânicas ou fusões do manto, auxiliando na regulação dos níveis oceânicos. Esse ciclo contínuo destaca a ideia de que a Terra possui um sistema natural de regulação hídrica, fundamental para a manutenção da vida e do clima ao longo das eras.

Consequências para o futuro

A descoberta desse vasto reservatório de água no interior do planeta abre novas possibilidades para a ciência. Além de repensar a origem dos oceanos, ela também ajuda a compreender como a Terra conseguiu manter a estabilidade necessária para abrigar a vida por tanto tempo. Os pesquisadores acreditam que investigações sísmicas futuras poderão identificar outros reservatórios semelhantes, ampliando nosso entendimento sobre o funcionamento interno do planeta e seu impacto na superfície.

Essa revelação não só desafia teorias antigas, mas também evidencia a necessidade de uma nova perspectiva sobre como a Terra regula seus recursos valiosos. Essa nova visão promete trazer uma nova luz sobre os mistérios que o nosso planeta ainda guarda.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo