alimentos comuns que contêm sobras, corantes e conservantes

Muitos dos produtos que consumimos no dia a dia têm uma origem que pode surpreender. Muitos alimentos populares, por exemplo, passam por processos industriais pesados, incluindo moagem intensa, e ganham corantes, conservantes e até gases para ficarem com uma aparência e sabor apetitosos.
Entre esses itens estão a gelatina, salsicha, nuggets, mortadela, sorvete e diversos sucos de caixinha. No final das contas, eles pouco lembram os ingredientes originais. Isso pode deixar a gente um pouco inquieto ao pensar no que realmente estamos colocando no prato.
A gelatina, por exemplo, é feita a partir do colágeno extraído de ossos, pele e cartilagens de animais. Antes de chegarem às prateleiras, esses ingredientes passam por banhos ácidos e são filtrados e moídos. E só depois entram os corantes e aromatizantes, para dar aquela "melhorada".
A salsicha já tem a sua composição um pouco mais peculiar. Ela utiliza cortes de carne de menor qualidade e restinhos, que são triturados e misturados a sal, gordura e conservantes como nitrito e nitrato. Por outro lado, os nuggets de frango são feitos com pele, ossos e cartilagem, também moídos e agraciados com aditivos antes de serem empanados e fritos.
Quanto de química há nesses produtos
Alimentos como patê de fígado e mortadela são feitos com partes menos nobres dos animais, além de terem uma quantidade alta de gordura e conservantes. Os pontinhos brancos que aparecem na mortadela, por exemplo, são gordura moída em excesso.
A margarina, bem conhecida na cozinha brasileira, é obtida pela hidrogenação de óleos vegetais líquidos. Essa transformação pode resultar em gorduras trans, que não são nada boas para a saúde. Já o sorvete industrial foca na mistura de gordura vegetal hidrogenada, corantes e estabilizantes, culminando em um produto ultraprocessado e rico em açúcar.
Onde aparecem os aditivos mais intensos
Quando falamos do kani (surimi), a situação também não é diferente. Esse produto é feito de peixe branco triturado, que passa por várias lavagens. O sabor é criado na base de realçadores, como o glutamato monossódico, e sua cor avermelhada, bem chamativa, é artificial.
Os chicletes já não têm aquela base natural de antigamente. A fórmula mudou para incluir polímeros sintéticos e também adoçantes. Outro caso interessante é o do camarão de viveiro, que pode vir tratado com antibióticos e aditivos, como metabisulfito de sódio, para evitar manchas.
O atum enlatado, embora prático, apresenta riscos de contaminação por mercúrio, um metal pesado que pode se acumular no organismo e trazer problemas.
Por que até bebidas e doces entram na lista
Surpreendentemente, até itens que parecem inofensivos, como o chantilly em spray, contêm óxido nitroso como gás pressurizador. Os hambúrgueres congelados muitas vezes são feitos de carnes de qualidade inferior, ricas em gordura, além de aditivos.
Os biscoitos recheados também não ficam atrás. Os recheios costumam ter açúcar e gorduras hidrogenadas em excesso, e uma porção pequena pode equivaler a várias colheres de açúcar! E os sucos de caixinha? Muitas vezes, são misturas de frutas mais baratas, além de aromatizantes e açúcar em quantidades que podem superar até mesmo os refrigerantes.
Vale a pena repensar o consumo?
Analisando tudo isso, é legal lembrar que o foco não precisa ser simplesmente abandonar esses alimentos. A preocupação está mais em estar ciente dos riscos de uma dieta cheia de ultraprocessados. Os excessos de corantes, conservantes, sódio, gordura trans e açúcar estão relacionados a doenças como hipertensão, obesidade e diabetes.
Especialistas apontam que um consumo ocasional não traz grandes riscos, mas se esse hábito se tornar diário, as consequências podem ser bem sérias a longo prazo. Conhecer os bastidores de como esses alimentos populares feitos com sobras são produzidos nos ajuda a fazer escolhas mais conscientes e equilibradas na hora da refeição.