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Motoboy ou CLT no Brasil: qual opção é mais vantajosa?

A vida de motoboy tem gerado um debate interessante e cheio de nuances. Enquanto alguns defendem que é uma opção viável para quem deseja ganhar mais que o salário mínimo, outros ressaltam os desafios que essa rotina impõe.

Muitos trabalhadores compartilham suas experiências, refletindo sobre como é viver disso, quanto ganham e se realmente vale a pena trabalhar com entregas por meio de aplicativos como o iFood. Há quem acredite que empreender nesse mercado pode ser uma saída rápida para fugir do desemprego, principalmente com a possibilidade de ganhar até R$ 3.000. Porém, é preciso estar ciente dos altos riscos e dos longos horários de trabalho, que exigem disciplina e coragem.

### Faturamento: Quanto Realmente Sobra

Os relatos sobre faturamento são bastante variados. Um motoboy comentou que consegue arrecadar cerca de R$ 3.000 bruto e, após os gastos, fica com aproximadamente R$ 2.300. Outro colega disse que chega a faturar R$ 7.000, tendo um lucro líquido de R$ 5.000. Já um terceiro falou que, ao descontar os custos, sobra em torno de R$ 4.200 de um faturamento bruto de R$ 5.000.

O número de horas trabalhadas faz uma grande diferença. O motoboy que ganha R$ 7.000 comentou que trabalha cerca de 11 horas por dia. Outros, que faturam de R$ 4.500 a R$ 5.000, relataram jornadas de 12 a 14 horas. Há também quem, com apenas três a quatro horas de trabalho diário, consiga tirar R$ 2.200 líquidos por mês. Essa diversidade nos ganhos revela que fatores como a cidade onde atuam, a demanda e os custos associados ao uso de moto influenciam bastante os resultados.

### Realidade das Capitais e do Interior

Onde o motoboy atua também impacta diretamente a sua renda. Nas capitais, a demanda por entregas é alta, com pedidos o dia todo. Já nas cidades menores, a história é outra. Muitas vezes, não há nem mesmo as opções de aplicativos como o iFood, o que limita as oportunidades. Assim, quem está em maiores centros pode ver o trabalho fluir mais facilmente, enquanto quem está em áreas menos populosas pode acabar esbarrando em dificuldades.

### Regulação e Insegurança

Atualmente, há discussões sobre a regulação da profissão. A ideia de transformar motoboys em trabalhadores com vínculo semelhante ao CLT é polêmica. Muitos temem perder a flexibilidade e parte de sua renda. Um motoboy expressou preocupação, dizendo que, se isso acontecer, deverá haver menos profissionais no mercado, impactando a capacidade de atender à demanda.

Outro fator que pesa é a insegurança. Alguns afirmaram que conseguem ganhar cerca de R$ 1.200 por semana, mas temem que mudanças nas leis possam reduzir seus ganhos, colocando em risco sua autonomia.

### Riscos e Desgaste da Profissão

Embora os ganhos possam ser melhores que o salário mínimo, ser motoboy envolve riscos consideráveis. O trânsito caótico, as longas horas em campo e a exposição ao sol, à chuva e ao frio são apenas algumas das dificuldades. Muitos relataram jornadas que ultrapassam 10 horas por dia, e o desgaste físico e mental é real.

Um trabalhador comparou sua rotina à de profissões com serviços pesados, como a de um pedreiro. Para ele, ser motoboy exige muita atenção e gera um nível de cansaço elevado. Além disso, o trabalho é muitas vezes repetitivo, sem perspectivas de crescimento, o que pode ser desmotivador a longo prazo.

### Liberdade e Disciplina

Entre os pontos positivos da atividade, a flexibilidade se destaca. Um motoboy pode escolher quando e como trabalhar. No entanto, essa liberdade requer disciplina. Muitos comentam que, sem determinação, fica difícil manter a renda. Enquanto um empregado CLT tem um chefe para supervisão, o motoboy é seu próprio patrão e precisa se autoconduzir. Para quem não tem essa autodisciplina, a vida autônoma pode ser desafiadora.

### Trabalho Temporário ou Definitivo?

Muita gente encara a função de motoboy como uma alternativa temporária. É uma forma de garantir uma renda rápida, mas não necessariamente um futuro seguro. O ideal, segundo alguns, é usar o dinheiro obtido para investir em outra área, estudar ou até iniciar um negócio próprio.

A conclusão é que, com a função CLT, há estabilidade, mas menos chances de crescimento. Já o motoboy pode ter um retorno financeiro maior no curto prazo, porém enfrenta riscos e não acumula experiência para transitar para outras funções. Por isso, muitos recomendam essa fase como uma oportunidade para fazer uma reserva ou quitar dívidas, sempre com a intenção de evoluir para algo novo.

### A Decisão Final

No fim das contas, escolher ser motoboy ou não é uma decisão que depende de cada um. Para quem busca uma renda rápida, gosta da liberdade de estar na rua e aceita os riscos, pode ser uma boa opção. Por outro lado, quem prioriza segurança e uma carreira estruturada pode achar a vida CLT mais adequada. A realidade, no entanto, é que ser entregador requer dedicação, responsabilidade e preparo.

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