Usiminas (USIM5) tem queda após resultados decepcionantes no 2º tri

O Bradesco BBI analisou que os resultados financeiros da Usiminas, referentes ao segundo trimestre de 2025, foram inferiores às expectativas do mercado. Essa avaliação levou a uma reação negativa nas ações da empresa, que registraram uma queda de 2,57%, cotadas a R$ 4,17, logo após a divulgação dos resultados nesta sexta-feira, 25 de agosto.
Embora a Usiminas tenha projetado uma recuperação no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para a divisão de Aço, o Bradesco BBI enfatizou que essa expectativa está baseada principalmente na redução de custos. Porém, a empresa não tem conseguido cumprir as metas de redução nos últimos trimestres, o que levanta preocupações.
A Usiminas também previu que, no terceiro trimestre de 2025, os volumes de vendas devem se manter estáveis, mas os preços praticados continuarão baixos. Essa situação reflete um mercado de aço desafiador, e o Bradesco BBI alerta que isso pode resultar em novas revisões negativas para os lucros de outras empresas do setor.
No terceiro trimestre, que geralmente apresenta uma demanda mais forte, o Bradesco BBI chamou a atenção para a possibilidade de vendas insatisfatórias nos segmentos de aço e minério de ferro. A instituição observou que a Usiminas está tentando diminuir seus investimentos. A nova projeção de investimentos (CAPEX) entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão já estava considerada em estimativas anteriores.
Os números do Ebitda ajustado da Usiminas ficaram 26% abaixo do que o mercado esperava e 16% inferior à projeção feita pelo Morgan Stanley. Essa discrepância é atribuída à menor receita líquida e a despesas administrativas mais altas. O lucro por ação normalizado foi de R$ 0,08, superando a expectativa do mercado de R$ 0,05.
O fluxo de caixa gerado pelas operações foi de R$ 615 milhões, abaixo da média esperada de R$ 801 milhões, mas ainda acima da projeção do Morgan Stanley, que era de R$ 539 milhões. Essa melhora foi explicada por uma liberação de capital de giro, que superou as expectativas, mesmo com a performance mais fraca do Ebitda.
João Daronco, analista da Suno Research, destacou que, apesar de uma melhora em relação ao ano anterior e de uma situação financeira sólida, os resultados do segundo trimestre foram fracos. Ele observou que o setor de aço enfrenta muitos desafios, incluindo a queda nos preços e a concorrência com produtos importados.
Daronco ressaltou que a capacidade de recuperação das margens, prevista para o terceiro trimestre, dependerá de uma melhora nos preços internos do aço. O Itaú BBA também comentou que o Ebitda ajustado da Usiminas ficou 13% abaixo de sua estimativa, devido ao desempenho insatisfatório nos preços e volumes de venda.
Em relação ao futuro, o Itaú BBA indicou que a Usiminas espera uma melhora gradual nos resultados do setor no terceiro trimestre e revelou a redução da projeção de investimentos para 2025. A empresa anunciou um investimento de R$ 1,7 bilhão para a reconstrução da Coqueria 2, com despesas previstas entre 2026 e 2029. O Itaú BBA manteve uma recomendação neutra, fixando o preço-alvo das ações em R$ 5,90.