Terremotos em Marte indicam núcleo sólido e crosta congelada

Os terremotos em Marte têm revelado informações incríveis sobre o interior desse planeta fascinante. Três anos após o fim da missão InSight, que monitorou mais de 1.300 eventos sísmicos entre 2018 e 2022, os cientistas conseguiram confirmar que o núcleo de Marte não é líquido, mas sólido, muito parecido com o da Terra. Além disso, descobriram que sua crosta permanece praticamente inalterada desde a formação inicial do planeta.
Os dados coletados pelo módulo da NASA foram essenciais para entender como as ondas sísmicas se comportam no interior de Marte. Essa análise mostrou que o núcleo sólido é composto de ligas metálicas e que a crosta marciana age como uma “tampa estagnada”. Isso significa que preserva características antigas, algo bem diferente do que acontece aqui na Terra, onde as placas tectônicas estão sempre em movimento.
Núcleo sólido e ausência de campo magnético
Uma das descobertas mais impressionantes é que o núcleo de Marte não tem fluidez significativa. Isso ajuda a explicar a falta de um campo magnético global no planeta, que desapareceu há bilhões de anos. Como resultado, a superfície de Marte ficou vulnerável à radiação cósmica e solar, o que teve um impacto direto na perda de grande parte da sua atmosfera e água, diminuindo as chances de habitabilidade atualmente.
De acordo com informações de agências internacionais, estudar as vibrações internas de Marte amplia nosso entendimento sobre como os planetas rochosos evoluem ao longo do tempo. Comparar Marte com a Terra e Vênus ajuda os pesquisadores a identificar padrões sobre como os núcleos dos planetas esfriam e quais são as consequências disso para a proteção atmosférica.
Crosta marciana preservada
Outra revelação fascinante é que a crosta marciana funciona como um registro geológico congelado no tempo. Ao contrário da Terra, onde as placas tectônicas estão em constante reciclagem, Marte preserva indícios de antigas colisões cósmicas e processos internos que moldaram sua superfície. Essa estabilidade é uma grande oportunidade para estudar a história primitiva do Sistema Solar.
Os pesquisadores também destacam que parte dessa crosta mostra sinais de impactos de asteroides gigantes. Esses eventos podem ter gerado mudanças significativas, como a perda do campo magnético, tornando Marte um verdadeiro laboratório natural. Estudar como desastres catastróficos afetaram o planeta pode nos ajudar a entender melhor a evolução planetária.
Lições para a habitabilidade
As descobertas sobre Marte trazem lições importantes para a busca de vida em outros mundos rochosos. Comparando a estrutura interna de Marte com a da Terra, é possível estabelecer critérios sobre quais características são essenciais para manter campos magnéticos, atmosferas estáveis e ambientes que podem sustentar a vida.
Assim, Marte continua a ser um protagonista na exploração espacial. Suas características ajudam a traçar cenários futuros de colonização e ampliam nossa compreensão sobre os limites da habitabilidade, tanto no Sistema Solar quanto além dele.