Represa seca revela cidade com mais de 2.000 anos de história

A severa mudança climática no Iraque trouxe à tona uma cidade helenística perdida, que estava submersa sob as águas do rio Tigre. Essa descoberta incrível aconteceu graças a arqueólogos curdos, que encontraram a cidade após uma queda drástica no nível de água da represa de Mosul. Com a diminuição da água, surgiram estruturas antigas que nunca antes foram vistas, revelando um pedaço importante da história.
Além da cidade, os pesquisadores também encontraram uma necrópole com 40 tumbas de cerâmica. Esses achados nos ajudam a entender melhor como era a vida na região naquela época, além de revelar detalhes sobre a cultura local.
Redescobrindo a história escondida
A cidade está localizada no distrito de Semel, na província de Duhok, e mostra um centro urbano vibrante do período helenístico. Antes da descoberta, não existiam registros documentados sobre esse local. Hoje, as ruas bem preservadas e os edifícios nos oferecem uma janela incrível para o intercâmbio cultural entre os colonizadores gregos e os habitantes da antiga Mesopotâmia.
Essa nova revelação também enriquece nosso conhecimento sobre a influência grega na região, especialmente durante e após a era de Alexandre, o Grande.
Impactos das mudanças climáticas na arqueologia
As mudanças climáticas não só afetam o clima, mas também aceleram revelações arqueológicas ao redor do mundo. Em muitos lugares, o recuo das águas e o derretimento do gelo expõem cidades perdidas e artefatos históricos.
No Iraque, as longas secas, junto com as práticas de gestão hídrica na represa de Mosul, criaram as condições perfeitas para que essa cidade emergisse novamente. No entanto, isso também traz desafios, já que a exposição ao ambiente pode causar deterioração rápida dos artefatos recém-descobertos.
A dualidade da represa de Mosul
A represa de Mosul é muito importante para a agricultura e a geração de eletricidade, mas tem seus contras. Desde a construção dela na década de 1980, várias aldeias e locais arqueológicos foram submersos. Em períodos de baixa hídrica, como o que ocorreu em 2010, partes de um antigo palácio ressurgiram. Em 2023, essa situação se repetiu e mais descobertas aconteceram, impulsionando a pesquisa sobre a integração cultural entre civilizações antigas.
Progresso e desafios na conservação
Em Duhok, os pesquisadores estão fazendo de tudo para preservar os artefatos que emergiram. Equipes multidisciplinares trabalham arduamente para documentar e proteger os achados enquanto a cidade se mantém acessível.
As escavações têm revelado vestígios significativos, como tabuletas cuneiformes, que podem oferecer um entendimento mais profundo da vida e da transição política na cidade helenística.