Ponte mais alta do mundo na China reduz tempo de travessia para 2 minutos

A China acaba de abrir as portas de mais uma grande obra: a Ponte do Grand Canyon Huajiang, que se tornou a mais alta do mundo. Essa estrutura impressionante está localizada a 625 metros de altura, cruzando o leito do rio Beipan, na província de Guizhou. Com essa novidade, o trajeto entre as duas margens, que antes levava cerca de duas horas, agora pode ser feito em apenas dois minutos.
A ponte foi liberada para tráfego no final de setembro, após um período de construção de três anos. Imagina a transformação para quem precisa atravessar essa área?
O que torna a ponte um novo recorde mundial
Esse projeto é uma ponte estaiada com quatro faixas, que faz parte da rodovia S57 (Liuzhi–Anlong Expressway). A extensão total da ponte chega a 2.890 metros e seu vão central tem 1.420 metros. Apesar de a altura ser o dado que chama mais atenção, as torres que sustentam os cabos alcançam aproximadamente 262 metros. O que realmente a torna a mais alta do mundo é a diferença de altura entre o tabuleiro da ponte e o fundo do cânion.
É curioso notar que, embora o destaque seja para os 625 metros, essa medida se refere à altura livre sobre o desfiladeiro — e não à altura dos pilares. Esse critério é o que define o ranking das pontes em termos de altura.
Onde fica e por que importa
Guizhou é famosa por seus desafios de engenharia, com uma geografia montanhosa que torna a construção de infraestruturas complexa. A ponte sobre o Grand Canyon de Huajiang não só melhora a conexão entre cidades mas também transforma o acesso a áreas que antes eram isoladas por estradas sinuosas e demoradas.
Quase metade das 100 pontes mais altas do mundo estão em Guizhou, e isso mostra como a província está acostumada a realizar projetos audaciosos. A ponte Beipanjiang, com 565 metros de altura livre, é agora a segunda mais alta do planeta.
Como foi a construção
As obras começaram em 2022 e foram finalizadas em 2025, dentro do cronograma típico para megaprojetos desse porte. Para construir a ponte, foram utilizados grandes volumes de concreto e treliças metálicas, além de sistemas especiais para levantar os cabos em áreas de difícil acesso.
Os desafios incluíram a gestão de ventos fortes e a estabilização de encostas, algo comum em vales profundos. Antes da abertura, testes de carga foram realizados, e fibras ópticas integradas nos cabos ajudam a monitorar a estrutura em tempo real — uma abordagem moderna para garantir segurança a longo prazo.
Impacto imediato na mobilidade
Com a nova ponte, a viagem que antes levava horas agora é feita em minutos. As autoridades locais afirmam que a obra elimina curvas fechadas e desníveis, possibilitando um trajeto mais direto e confiável. Isso beneficia tanto o transporte de cargas quanto o deslocamento de moradores e estudantes que precisam se mover entre municípios vizinhos.
Turismo e serviços no alto do cânion
Mais do que apenas uma via de ligação, a ponte foi projetada para atrair visitantes. Há planos para a construção de uma passarela de vidro, áreas de observação, e até uma cafeteria em um dos topos. Para os fãs de aventura, modalidades como bungee jumping e slackline também estarão disponíveis, sempre com protocolos de segurança em mente. Para preservar a experiência dos visitantes, uma limitação diária de acesso foi estabelecida para as áreas turísticas.
Comparação com outras referências
Em altura livre, a Huajiang supera a Beipanjiang em 60 metros. Com um comprimento total próximo de 3 quilômetros, a ponte se coloca lado a lado com as maiores do mundo em regiões montanhosas. Embora existam outras pontes com torres mais altas, como mencionado, a diferença de nível entre o tabuleiro e o solo é o que realmente conta para os recordes.
Por que Guizhou concentra tantas pontes altas
A rápida expansão econômica da China nas últimas décadas gerou pesados investimentos em infraestrutura. Guizhou, com seus desafios geográficos, se tornou um laboratório para soluções de engenharia criativas. A demanda por logística, aliada a recursos públicos e à expertise técnica, fez com que construir pontes extremas se tornasse uma rotina na região.
O que vem a seguir
Agora que a Huajiang está em funcionamento, espera-se que ela redistribua o tráfego nas estradas vizinhas e estimule novos negócios turísticos e comerciais nas margens. Os gestores locais acreditam que a ponte atuará como um eixo para integrar cultura, turismo e esportes ao ar livre, aumentando a receita da região e consolidando o destino em roteiros turísticos, tanto nacionais quanto internacionais.
Enquanto isso, o desafio de manter altos padrões de segurança e gestão de tráfego se intensifica, considerando o aumento esperado no movimento. Pesquisadores na área de transporte já estão atentos a como obras como esta podem reduzir o tempo de deslocamento e transformar economias locais. A estreia da ponte mais alta do mundo definitivamente promete mudar o cenário da região do cânion de Huajiang, e os impactos dessa travessia vão muito além da infraestrutura.