Paraná reafirma propriedade das cataratas do Iguaçu em disputa

As Cataratas do Iguaçu são um dos destinos mais icônicos do Brasil, atraindo turistas de todos os cantos do mundo. Recentemente, no entanto, o assunto ganhou novos contornos nos tribunais. A Justiça confirmou que o terreno das cataratas ainda é propriedade do Estado do Paraná, uma decisão que pode impactar diversos aspectos ligados ao turismo e à preservação do meio ambiente.
Essa decisão é resultado de uma longa disputa entre o governo paranaense e a União. Está claro que essa questão não é apenas legal, mas também envolve temas como gestão, desenvolvimento econômico e, claro, o impacto no turismo da região. Com paisagens de tirar o fôlego e um fluxo constante de visitantes, não é de se espantar que as Cataratas estejam no centro das atenções.
Vamos entender melhor como a Justiça chegou a essa conclusão e o que isso significa para o futuro do Parque Nacional do Iguaçu.
Justiça reconhece matrícula em nome do Paraná
A confirmadora desse cenário foi o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que validou a matrícula da área em nome do Estado do Paraná em fevereiro deste ano. Essa decisão indicava que a região das Cataratas permanece sob a administração paranaense.
Após essa decisão, ocorreram várias audiências de conciliação entre o Paraná e a União. A ideia era chegar a um consenso sobre como gerir a área, mas as conversas não avançaram. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), representante do governo federal, não aceitou os termos propostos.
A Procuradoria-Geral do Estado do Paraná pretendia estabelecer uma divisão clara de responsabilidades para fiscalização e monitoramento do local. Mas a União argumenta que essas discussões devem ser resolvidas apenas em futuras etapas judiciais.
Parque Nacional do Iguaçu e o território envolvido
A área onde estão as Cataratas está inserida no Parque Nacional do Iguaçu, que abrange cerca de 1.085 hectares. Para ter uma ideia, isso é o equivalente a aproximadamente 1.520 campos de futebol. O parque não é só famoso pelas quedas d’água, mas também pelo Hotel das Cataratas, que acolhe visitantes do mundo todo.
Essa batalha judicial tem um impacto direto na gestão e preservação desse território. O Paraná quer provar que a área lhe pertence, enquanto a União vê a situação de forma diferente, argumentando que se trata de um terreno devoluto federal.
Essa controvérsia começou em 2018, quando a União questionou a matrícula que confirma a propriedade do Paraná. Eles alegaram que o terreno pertencia à União, enquanto o Estado apresentou documentos provando que a área foi concedida em 1910 e adquirida pelo Paraná em 1919.
Turismo em alta e números recordes
As Cataratas do Iguaçu não são somente um espetáculo natural. Elas também são um pilar do turismo no Sul do Brasil. Em agosto deste ano, o Parque Nacional alcançou o recorde de visitantes: quase 156 mil turistas de 115 nacionalidades! Essa marca surpreendeu até os registros de 2019.
No total, o parque já recebeu 1,32 milhão de visitantes em 2024, representando um crescimento de 10,81% em comparação ao mesmo período do ano passado. E não são só turistas de fora. Brasileiros de todas as regiões também fazem parte desse público, destacando a importância do parque para o turismo interno.
Esses números extraordinários deixam claro como a definição de quem vai gerir a área influencia diretamente o setor turístico. Mais visitantes significam maior movimentação da economia local, geração de empregos e um fortalecimento da imagem do Brasil no turismo global. Mas essa situação traz à tona a necessidade de uma gestão que equilibre o turismo e a preservação ambiental.
Próximos passos na disputa entre União e Paraná
O futuro da propriedade das Cataratas pode reservar novos desdobramentos. Apesar da conquista recente do Paraná no TRF-4, a União, por meio do ICMBio, planeja contestar essa decisão em instâncias superiores, o que pode prolongar o processo.
Enquanto isso, o Estado do Paraná continua firme em sua batalha para manter a legitimidade da matrícula e busca soluções para esclarecer a gestão da região. O procurador-geral do Estado, Luciano Borges, comentou que houve tentativas de diálogo, mas sem sucesso em chegar a um consenso com o governo federal.
Essa discussão não se resume ao aspecto jurídico. As decisões tomadas a partir desse panorama terão repercussões práticas nas responsabilidades em monitoramento, fiscalização e nos esforços para harmonizar turismo e conservação ambiental no Parque Nacional do Iguaçu.