OTAN em alerta com exercício nuclear Rússia-Bielorrússia perto de Berlim

A confirmação de que Rússia e Bielorrússia vão realizar um exercício nuclear trouxe uma nova onda de preocupação no Ocidente. O alerta foi dado pelo ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Krenin, que anunciou o treinamento Zapad 2025, agendado para setembro. Essa atividade incluirá simulações de armamento nuclear em solo bielorrusso, a apenas 500 km de Berlim.
Essa movimentação não passa despercebida por analistas militares. Eles comentam que a cooperação entre Rússia e Bielorrússia está cada vez mais intensa, consolidando a presença de armas nucleares próximas a países ocidentais. Justamente no período em que Donald Trump e Vladimir Putin devem se encontrar no Alasca, essa ação ganha uma dimensão política e geopolítica significativa.
O que envolve o exercício nuclear
O treinamento vai acontecer entre os dias 12 e 16 de setembro de 2025, na região de Borisov, localizada no centro da Bielorrússia. O Zapad 2025 envolverá todas as Forças Armadas bielorrussas, especialmente aquelas das regiões oeste e noroeste, além de contar com tropas especiais.
Um ponto de atenção é o uso do sistema Oreschnik, um armamento que pode ser equipado com ogivas nucleares e já foi utilizado em conflitos na Ucrânia. Enquanto Rússia e Bielorrússia afirmam que o objetivo é fortalecer a defesa contra possíveis agressões, a OTAN vê essa estratégia como uma pressão direta sobre os países vizinhos.
Por que Rússia e Bielorrússia intensificam essa parceria
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022, a relação entre Rússia e Bielorrússia se tornou bastante próxima em questões de segurança e logística militar. O regime de Alexander Lukashenko tem proporcionado suporte ao Kremlin, permitindo a movimentação de tropas russas para tentar capturar Kiev em momentos iniciais da invasão.
A dependência política da Bielorrússia em relação à Rússia a transforma em uma peça vital estratégicamente. Com fronteiras compartilhadas com Polônia, Lituânia e Letônia — todos membros da OTAN — Minsk se posiciona como um ponto de apoio essencial para os interesses russos.
O impacto geopolítico na Europa
Especialistas ocidentais consideram que Rússia e Bielorrússia estão enviando uma mensagem de dissuasão: qualquer aumento de apoio à Ucrânia pode provocar uma escalada nuclear. Em 2024, a Rússia já havia revisado sua doutrina nuclear, facilitando a possibilidade de uso de armas nucleares, o que alarmou ainda mais a comunidade internacional.
A presença de armamentos nucleares em solo bielorrusso coloca capitais europeias como Varsóvia e Berlim dentro do alcance imediato. Isso aumenta a pressão sobre a OTAN, que já intensificou sua vigilância na região leste da Europa.
A realização desse exercício nuclear coincide com a reunião de Trump e Putin no Alasca, que busca caminhos para a paz. Entretanto, enquanto as negociações tentam avançar, o cenário militar se mostra tenso e instável.
Para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, isso é uma estratégia de blefe do Kremlin, destinada a pressionar as negociações. Por outro lado, Washington vê a necessidade de continuar as sanções e monitorar a situação com cautela.
Assim, a realização do exercício nuclear a 500 km de Berlim não é apenas uma questão de treinamento militar, mas uma mensagem forte e clara na arena geopolítica. A movimentação reacende discussões sobre segurança na Europa, equilíbrio nuclear, e os perigos de um confronto direto entre potências.