o prazer pelo cheiro de gasolina pode ser perigoso

Você já notou como algumas pessoas sentem um prazer inesperado ao respirar o cheiro de gasolina? Pode parecer estranha essa preferência, mas ela é bem mais comum do que se imagina.
A conexão entre o cheiro do combustível e esse prazer está nas substâncias que o compõem. Os cientistas já estão estudando isso e acham que há explicações interessantes por trás dessa sensação.
O que está por trás do cheiro da gasolina?
A gasolina é uma mistura complexa de hidrocarbonetos derivados do petróleo bruto. A fabricação desse combustível envolve um processo chamado destilação fracionada, onde o petróleo é aquecido e os diferentes componentes são separados conforme seus pontos de ebulição.
Um dos principais produtos dessa separação é a nafta leve, base da gasolina. Depois desse primeiro passo, há outros processos químicos, como o craqueamento e o reforming, que fazem ajustes nas propriedades da gasolina, como a octanagem e a presença de compostos aromáticos.
É precisamente aí que entram substâncias como tolueno, xileno e benzeno. Essas moléculas conferem à gasolina seu cheiro forte e característico, que, curiosamente, pode encantar algumas pessoas.
Por que o cheiro pode agradar?
Pesquisadores indicam que o benzeno pode ser um dos responsáveis por essa sensação de bem-estar. Esse composto provoca uma liberação momentânea de dopamina, gerando uma pequena euforia, bem parecida com a que sentimos ao degustar uma comida deliciosa ou durante uma experiência agradável.
Outro aspecto discutido é o “fenômeno Proust”, que sugere que cheiros podem nos remeter a memórias afetivas. Assim, é possível que alguém associe o aroma da gasolina a momentos bons, como uma viagem de férias na infância ou a presença de um amigo querido.
Um estudo de 1987, que ouviu mais de um milhão de leitores, mostrou que 55% das pessoas com cerca de 20 anos relataram que alguns cheiros despertaram lembranças emocionais intensas. O cheiro de gasolina pode ser um desses acionadores de memórias.
Não ignore os riscos à saúde
Apesar de tudo isso, é fundamental lembrar que o aroma característico da gasolina não é inofensivo. O benzeno, por exemplo, é uma substância altamente tóxica e cancerígena.
A exposição prolongada ou intensa ao cheiro pode provocar sintomas como náuseas, tontura, falta de ar, taquicardia e, em casos mais graves, até perda de consciência. A inalação contínua pode prejudicar o sistema nervoso e os pulmões, podendo levar a doenças crônicas, como irritações na pele e problemas no sistema imunológico.
Além disso, o monóxido de carbono presente nos vapores de combustível também é uma preocupação, especialmente em ambientes mal ventilados, onde o risco de envenenamento é maior.