Nova espécie de sucuri gigante é descoberta na Amazônia

Uma equipe de pesquisadores de vários países fez uma descoberta incrível na Amazônia equatoriana: uma nova espécie de sucuri-verde, chamada Eunectes akayima. Esse exemplar impressionante pode chegar a 6,3 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos.
O que chama a atenção é que essa nova sucuri apresenta uma divergência genética de 5,5% em relação à famosa Eunectes murinus, a sucuri-verde já conhecida. Para você ter uma ideia, essa diferença é até maior do que a que existe entre humanos e chimpanzés!
Essa descoberta muda um pouco a forma como a ciência enxerga as anacondas e enriquece o que sabemos sobre a biodiversidade amazônica.
Colaboração Internacional
O estudo foi liderado por pesquisadores de universidades da Austrália, Estados Unidos e América do Sul, que trabalharam em parceria com comunidades locais. Para diferenciar essa nova espécie, eles notaram que, embora Eunectes akayima tenha padrões e cores semelhantes à sucuri-verde conhecida, as análises de genética molecular revelaram uma diferença notável entre as duas.
Quando falamos em “divergência genética”, estamos nos referindo a quanto o DNA de duas populações difere ao longo do tempo. No caso dessa nova sucuri, a diferença de 5,5% indica que essas linhagens evolutivas se separaram há milhões de anos e não se cruzam mais na natureza.
O que muda com a nova classificação
Essa nova descoberta significa que agora temos oficialmente duas espécies de sucuri-verde na Amazônia.
De um lado, Eunectes murinus, que é mais comum em várias partes da América do Sul. Do outro, Eunectes akayima, que os pesquisadores associam principalmente a ambientes como várzeas, igarapés e planícies alagáveis do norte da bacia amazônica.
Essa separação, que nunca foi visível antes, enfatiza como técnicas de DNA são fundamentais para entender as barreiras biológicas que existem. Para a gestão da fauna, é crucial ter clareza sobre as espécies para preservá-las adequadamente, já que tratar populações distintas como se fossem iguais pode prejudicar planos de proteção.
Tamanho recorde e comportamento de topo de cadeia
A nova sucuri é uma verdadeira gigante. Com 6,3 metros e mais de 200 kg, ela se destaca entre os maiores répteis do mundo. Como predadora de topo, essa espécie se alimenta de mamíferos, aves, anfíbios e peixes.
Não se preocupe: essa anaconda não é venenosa. O que ela faz é utilizar a constrição, envolvendo suas presas e comprimindo até que não consigam mais respirar, uma técnica própria das cobras da família Boidae. Isso faz sentido, considerando seu tamanho e o fato de viver em ambientes aquáticos onde a visibilidade é baixa.
Diferença genética maior do que entre humanos e chimpanzés
Quando comparamos essa nova espécie a primatas, fica clara a magnitude da diferença. Dizer que a divergência genética entre Eunectes akayima e Eunectes murinus é maior do que entre humanos e chimpanzés não significa que as sucuris sejam mais diferentes em comportamento ou estrutura. É apenas uma forma de mostrar quão distintas são em termos de DNA.
Essa diferença sugere que essas anacondas se separaram há cerca de 10 milhões de anos, evoluindo em ambientes diferentes.
Como diferenciar duas cobras quase idênticas?
Para quem não é especialista, essas cobras têm uma coloração verde-oliva com manchas escuras, o que torna fácil confundi-las. Não existem características físicas marcantes para fazer a distinção a olho nu, então a identificação depende principalmente do contexto geográfico e, claro, de testes genéticos.
Esse tipo de situação, em que duas espécies parecem idênticas mas têm diferenças fundamentais, é chamado de "espécie críptica". Essa realidade é cada vez mais comum em florestas tropicais, onde pequenos habitats e barreiras naturais podem isolar populações por longos períodos.
Implicações para educação ambiental e turismo de natureza
Esse achado pode despertar um grande interesse em expedições científicas, turismo de observação e projetos de educação ambiental que se concentrem em ambientes alagáveis. É essencial, contudo, que haja protocolos rigorosos de bem-estar animal e segurança para guias, visitantes e as comunidades envolvidas.
Salientar que a anaconda gigante amazônica não é venenosa pode ajudar a reduzir medos desnecessários, além de promover uma melhor compreensão de seu papel vital como reguladora da cadeia alimentar.
Esses aspectos não apenas enriquecem o conhecimento sobre a biodiversidade, mas também fortalecem ações de conservação essenciais para o nosso planeta.