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Morador de Brumadinho reclama de interdição da casa por risco

Barragem em Brumadinho coloca sonho da casa própria em risco

O desejo de Odilon Souza, um trabalhador rural de 49 anos, de ter sua casa própria com varanda e cercada por natureza, está ameaçado. A elevação do nível de emergência da barragem B1-A, de 1 para 2, trouxe preocupações para ele e outras sete famílias na comunidade de Quéias, em Brumadinho, Minas Gerais.

Odilon estava prestes a finalizar a construção de seu imóvel após cinco anos de trabalho. Ele começou a obra em 2019, já havia instalado cerâmicas e apenas faltava rebocar a parte externa. No entanto, a interdição da residência por questões de segurança interrompeu esse sonho. “Quando estava quase pronto, interditaram a casa”, lamenta.

Como medida de segurança, a Defesa Civil de Brumadinho começou na última terça-feira (29 de julho) o processo de remoção das sete famílias da comunidade. A retirada ocorrerá de forma gradual e as famílias serão direcionadas a moradias temporárias, priorizando mulheres, crianças e idosos. A situação das famílias pode ser atualizada conforme novas avaliações.

Odilon expressa sua preocupação em saber como ficará a situação dele e dos vizinhos. "Ainda não estou morando na casa, mas não sei o que vai acontecer. Eles vão indenizar ou ajudar financeiramente? Eugastei cerca de R$ 120 mil na construção, um valor que não se consegue com facilidade”, relata.

Além das preocupações financeiras, Odilon teme que, com a casa desocupada, ela possa ser alvo de vandalismo. A prefeitura afirmou que tomará medidas para proteger as propriedades das famílias, mas ele questiona se isso realmente será feito. "Sabemos dos riscos envolvidos, mas é preciso que considerem tudo o que já investimos. Não dá para viver com um auxílio que não cobre as despesas que enfrentamos”, desabafou.

A Prefeitura de Brumadinho também planeja oferecer apoio social aos afetados através do Centro de Referência de Assistência Social Especializado em Calamidades (CRASEC). As iniciativas incluem acompanhamento psicológico, acesso a programas sociais e serviços públicos, além de ajuda na busca por emprego via SINE.

A situação se agrava em Minas Gerais, que registra o maior número de barragens em risco elevado de emergência nos últimos dois anos, refletindo uma preocupação crescente com a segurança das comunidades que vivem nas proximidades dessas estruturas.

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