Jaguaruna (SC) ganha o título de “Nazaré brasileira” com onda de 14,82 m

O surfe brasileiro viveu um momento histórico em julho de 2025, quando Lucas Chumbo desafiou e conquistou a maior onda já surfada no Brasil. A impressionante onda de 14,82 metros se formou na costa de Jaguaruna, em Santa Catarina, graças a um ciclone extratropical que passou pela região.
Esse feito único não apenas colocou Jaguaruna no mapa do surfe mundial, como também lhe rendeu o título de Nazaré Brasileira. Para quem não conhece, Nazaré é uma vila em Portugal famosa por suas ondas gigantes e perigosas. E agora, a pequena cidade catarinense entrou para esse seleto grupo.
Como tudo aconteceu em Jaguaruna
A formação da onda se deu na Laje da Jagua, uma montanha submersa a cerca de 5 quilômetros da costa. Esse tipo de estrutura geográfica cria condições ideais para ondas enormes, por um fenômeno conhecido como “shoaling”. É o mesmo processo que gera as ondas incríveis vistas em Nazaré e em Teahupoo, no Taiti. O resultado? Ondas com uma energia impressionante, perfeitas para surfistas que enfrentam desafios extremos.
A consagração da Nazaré Brasileira
Com este recorde de 14,82 metros, Jaguaruna começou a ser comparada a locais de renome no mundo do surfe. Essa nova fama atraiu não só surfistas renomados, mas também equipes de filmagem e marcas esportivas. A cidade agora faz parte do calendário global de eventos e competições de surfe. O título de Nazaré Brasileira ajudou a consolidar o prestígio do município, que passou a dividir os holofotes com ícones do esporte.
Impacto no turismo
Essa revolução no surfe trouxe um aumento visível na economia local. A procura por hotéis e serviços turísticos disparou. A cidade já tinha notado um crescimento no número de residentes temporários entre 2022 e 2024, especialmente de pessoas que trabalham remotamente. E com o feito de 2025, esse movimento se intensificou. O aeroporto regional ainda ampliou suas rotas, facilitando a chegada de turistas de várias partes do Brasil e do mundo.
Praias e atrativos além das ondas gigantes
Apesar do destaque que recebeu por suas ondas radicais, Jaguaruna também é um excelente destino para quem busca lazer. A Praia do Camacho, por exemplo, é conhecida por sua boa infraestrutura e belíssimos lagos. O Balneário Figueirinha, com seu mar tranquilo e pinheirais, também encanta os visitantes. E quem se aventura até o Arroio Corrente se depara com dunas de até 60 metros e lagoas ideais para passar o dia. Dunas do Sul e Balneário Esplanada completam a lista de cenários naturais que atraem turistas.
Planejamento urbano e preservação ambiental
Para gerenciar esse crescimento rápido, Jaguaruna tem adotado regras urbanísticas rigorosas. Cerca de 83% do território da cidade possui restrições a construções verticais, ajudando a proteger o ecossistema costeiro e evitando o adensamento comum em outros destinos turísticos. Essa atitude busca preservar a qualidade de vida dos moradores, garantindo que a fama da Nazaré Brasileira esteja sempre alinhada com práticas de turismo sustentável.
Cultura e tradição mantidas
Mesmo com os holofotes sobre Jaguaruna, a cidade não esqueceu suas raízes. A pesca artesanal representa cerca de 18% da renda local, mantendo vivas as tradições dos moradores. Essa mistura de inovação e cultura é fundamental na identidade da cidade, que agora consegue equilibrar turismo moderno com práticas tradicionais.
Além disso, o reconhecimento internacional já está rendendo frutos, como tratativas para que Jaguaruna se torne uma cidade-irmã de Nazaré, em Portugal. Essa parceria promete fortalecer ainda mais os laços esportivos e culturais entre os dois lugares.
Com a conquista da maior onda já surfada, Jaguaruna se posiciona não apenas como um destino central para o surfe de ondas grandes, mas também como um polo turístico diversificado. O desafio agora é encontrar um equilíbrio entre crescimento econômico, proteção ambiental e preservação cultural. Com um planejamento sustentável, a Nazaré Brasileira pode se tornar um exemplo global de desenvolvimento que respeita a natureza.