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IBGE aponta seis cidades brasileiras com deslocamento rápido ao trabalho

De acordo com um levantamento recente, algumas cidades pequenas do Brasil se destacam por terem os deslocamentos mais curtos para o trabalho. Se você mora em Galinhos (RN), Poço Dantas (PB), Montauri, Muliterno e Nova Candelária (RS), ou Figueirópolis D’Oeste (MT), pode levar apenas cinco minutos para chegar ao emprego. Essa informação, retirada do Censo Demográfico 2022 do IBGE, mostra um panorama interessante: em apenas seis cidades brasileiras, a maioria dos trabalhadores consegue chegar ao trabalho em pouco tempo.

Para se ter uma ideia, tanto em Galinhos quanto em Poço Dantas, 58% dos moradores que trabalham percorrem menos de cinco minutos. Em Montauri, esse número é de 56%, enquanto nos outros municípios mencionados, o índice chega a 51%. Acompanhe para entender melhor por que isso acontece.

Onde o trabalho e a casa ainda se misturam

Essas cidades têm algo em comum: são pequenas e com uma vida comunitária bem próxima. Nenhuma delas ultrapassa 4 mil habitantes, e todas se destacam entre os menores territórios de seus estados.

A razão para essa prática de mora e trabalha tão pertinho é simples: o espaco urbano compacto e uma economia voltada para o comércio local, agricultura e serviços públicos. Assim, a distância entre casa e emprego é mínima.

O IBGE considera apenas quem se desloca ao menos três vezes por semana para o trabalho principal, e o tempo é contado do trajeto direto da residência até o emprego, sem incluir paradas como levar as crianças na escola ou fazer compras.

Isso tudo reforça uma tendência de melhoria na qualidade de vida no interior. As pequenas cidades oferecem menos tempo no trânsito, o que ajuda a equilibrar a vida profissional e pessoal.

Realidade oposta nas capitais brasileiras

Enquanto nas pequenas cidades a trajetória até o trabalho é rápida, nas capitais a história é bem diferente. Em Palmas (TO), apenas 11% dos trabalhadores conseguem morar a até cinco minutos do emprego. Já em cidades como São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, esse número cai para 4%.

Em Goiânia, Florianópolis, Fortaleza e Vitória, essa proporção não ultrapassa 8%. Assim, mesmo com investimentos em mobilidade urbana, as distâncias continuam a pesar no dia a dia. Um exemplo extremo é Serranópolis de Minas (MG), onde homens e mulheres enfrentam verdadeiras maratonas: 20% dos trabalhadores gastam mais de quatro horas para chegar ao trabalho. Uma realidade que escancara a desigualdade.

A rotina do trabalhador médio no país

Os dados mostram que 57% dos brasileiros levam até meia hora para chegar ao trabalho, um avanço em relação a 2010, quando esse percentual era de 52%. Outros 20% enfrentam trajetos entre 30 minutos e uma hora, enquanto 10% passam de uma a duas horas no caminho.

Um total de 1,3 milhão de pessoas no país tem jornadas ainda mais longas, superando duas horas no percurso. Esses números revelam que, mesmo com as novas tecnologias e o modelo de trabalho híbrido, o transporte continua sendo um desafio nas grandes cidades.

Quando distância significa qualidade de vida

Em municípios pequenos, o tempo curto de deslocamento está ligado a fatores como proximidade e coesão social. Aqui, a economia é mais distribuída e muitos moradores trabalham no próprio bairro ou em casa.

Especialistas afirmam que isso contribui para menor estresse, mais tempo livre e uma sensação de pertencimento maior à comunidade. Mas reproduzir essa realidade em grandes centros urbanos não é uma tarefa fácil. A expansão desordenada e o custo do solo estão fazendo com que as pessoas vivam cada vez mais longe dos locais de trabalho.

Enquanto seis pequenas cidades do Brasil mantêm esse privilégio de viver e trabalhar em poucos minutos, milhões de brasileiros ainda enfrentam longas horas de deslocamento todos os dias. Essa diferença acentua os desafios da vida urbana.

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