Homem encontra diamante de 3,81 quilates em lugar inesperado

Durante um passeio tranquilo em um parque público no Arkansas, nos Estados Unidos, um homem fez uma descoberta surpreendente. Em 30 de abril de 2024, James Armistead, que veio de Minnesota, estava visitando o Crater of Diamonds State Park quando notou algo brilhante no solo argiloso. Após se abaixar, ele encontrou uma pedra que, à primeira vista, parecia uma rocha comum, mas rapidamente se revelou um diamante de 3,81 quilates. Esse achado é um dos maiores descobertos por visitantes nos últimos anos e foi oficialmente reconhecido no mesmo dia.
O diamante, batizado de “Duke Diamond”, foi nomeado por Armistead em homenagem à sua família e ao estado onde mora. Essa pérola se destacou não apenas pelo tamanho, mas também pelo valor, estimando-se que sua avaliação inicial possa superar os US$ 150 mil, dependendo da lapidação.
O único parque do mundo onde o público pode encontrar diamantes de verdade
O Crater of Diamonds State Park, localizado em Murfreesboro, Arkansas, é um lugar único. Ele é o único parque público no mundo onde qualquer visitante pode explorar livremente e ficar com os diamantes que encontrar, sem precisar pagar taxas ou royalties. Desde 1972, quando o governo do estado transformou uma antiga área de mineração em parque, mais de 35 mil diamantes foram descobertos por turistas. Os achados variam de pequenas pedras a grandes tesouros, como o famoso “Uncle Sam Diamond”, de 40,23 quilates, encontrado em 1924, que detém o título de maior diamante já descoberto nos Estados Unidos.
Com uma área de aproximadamente 15 hectares, o parque possui solo vulcânico rico em kimberlito, a rocha onde os diamantes se formam. Os geólogos afirmam que, em média, um ou dois diamantes são encontrados por dia, especialmente após as chuvas, que revolvem a terra e expõem as gemas.
Um brilho raro sob o sol
Armistead contou à administração do parque que, enquanto caminhava, viu um brilho que não saía de sua mente. Aproximadamente 30 minutos após começar a explorar, ele se deparou com a preciosa pedra. “Achei que fosse uma pedrinha comum, mas o brilho não saia da minha cabeça. Quando entreguei para análise, percebi que poderia mudar meu dia — e talvez minha vida”, relatou para a imprensa local.
O diamante possui cerca de 2,2 centímetros de comprimento, uma coloração marrom caramelo e uma forma irregular. Após análise, foi classificado como um “brown diamond” natural, sem necessidade de lapidação imediata, devido à sua pureza.
Do solo do Arkansas para o noticiário global
A história do “Duke Diamond” rapidamente chamou atenção nos Estados Unidos. Canais como CNN, Fox News e The Guardian destacaram o parque como um lugar onde qualquer pessoa pode sair com uma joia valiosa, independente de experiência. O Departamento de Parques do Arkansas emitiu um comunicado confirmando a autenticidade do diamante e parabenizando Armistead pela descoberta, reforçando o status do parque como um ponto turístico único.
Histórias que fazem o Arkansas brilhar
O “Duke Diamond” se junta a uma série de descobertas lendárias que tornaram o Crater of Diamonds um destino turístico de destaque. Em 1975, por exemplo, um visitante encontrou o “Amarillo Starlight”, de 16,37 quilates, e em 1990, uma mulher chamada Shirley Strawn descobriu o “Strawn-Wagner Diamond”, de 3,03 quilates, considerado o diamante mais perfeito do mundo.
Esses achados ajudam a solidificar a imagem do parque como um símbolo de sorte e perseverança, atraindo mais de 200 mil turistas anualmente. Todos têm a liberdade de explorar a área, utilizando peneiras, pás e baldes, sob a filosofia simples do parque: “Você mantém o que encontra.”
Geologia e formação: o segredo por trás da raridade
O solo do Crater of Diamonds se formou a partir de uma erupção vulcânica há cerca de 100 milhões de anos. Essa atividade trouxe à superfície rochas ricas em carbono cristalizado, onde os diamantes se formam. O kimberlito, presente nessa área, é o mesmo encontrado em minas de grandes países africanos, como Botswana e África do Sul.
A composição geológica, aliada ao clima úmido e à erosão natural, garante que novos diamantes sejam constantemente expostos, tornando o parque um lugar que nunca se “esgota”, mesmo após mais de um século de exploração.
Quando o acaso se torna destino
Para James Armistead, a descoberta do “Duke Diamond” mudou sua percepção sobre o local e o valor das gemas. Ele, que trabalhava como técnico de manutenção, declarou que não pretende vender o diamante tão cedo. “Não é só o valor em dinheiro, é a história por trás. Foi um presente da natureza”, disse ele em uma entrevista à rádio local.
Essa história inspirou outros visitantes, resultando em um aumento de 27% na entrada de turistas em maio de 2024, um recorde para o mês, impulsionado pela curiosidade em torno do achado.
O valor além da fortuna
Mais do que uma história de sorte, o “Duke Diamond” simboliza o fascínio humano por descobertas inesperadas. Em um mundo onde a mineração é dominada por grandes empresas, a chance de um cidadão comum encontrar uma pedra tão valiosa é rara e significativa — uma lembrança de que surpresas ainda podem mudar destinos.
A administração do parque utiliza a descoberta de Armistead como um exemplo em suas iniciativas educacionais sobre geologia e conservação ambiental, incentivando uma busca sustentável por minerais e o respeito pela natureza.
Esse diamante, encontrado por James Armistead em abril de 2024, entrou para a história como um dos maiores achados recentes nos Estados Unidos. E mais do que um simples brilho, essa descoberta representa a interseção de sorte, curiosidade e preservação, tornando o Crater of Diamonds um local onde a natureza guarda segredos inestimáveis, esperando por aqueles que sabem olhar atentamente.