Notícias

Holcim compra fábricas na Suíça e fortalece mercado de cimento no Brasil

Em uma movimentação que promete agitar o mercado de cimento no Brasil, a CSN Cimentos, parte da Companhia Siderúrgica Nacional, deu um passo ousado ao adquirir os ativos da Holcim, uma gigante suíça do setor. O negócio, que fechou em setembro de 2021, representou um montante impressionante de US$ 1,025 bilhão e já está desenhando um novo mapa para o setor.

Essa compra não foi apenas um investimento; foi uma estratégia que colocou a CSN em uma posição de destaque. Com essa transação, a empresa passou a ser a segunda maior produtora de cimento do país, alterando completamente o jogo. O movimento foi meticulosamente planejado e teve o suporte de uma estrutura financeira robusta da CSN, que resolveu aproveitar o momento de reorientação da Holcim, que estava mudando suas estratégias globais.

Como foi a compra de bilhões da Holcim?

O começo dessa história remonta a abril de 2021, quando a Holcim anunciou que venderia suas operações no Brasil. A notícia gerou um burburinho, atraindo várias empresas interessadas. No final das contas, a CSN Cimentos conseguiu fechar o negócio e assinou o contrato definitivo no dia 9 de setembro de 2021.

O que a CSN adquiriu foi um pacote robusto: cinco fábricas de cimento, quatro estações de moagem e várias unidades de agregados, totalizando dezenove centros de concreto, além de reservas de calcário significativas. O CADE, que regula concorrências no Brasil, deu seu aval final em agosto de 2022, e a transação foi completada no mês seguinte.

A estratégia da CSN, de siderúrgica a um império do cimento

Essa aquisição foi essencial na estratégia da CSN, que até então operava majoritariamente no Sudeste. Agora, a empresa possui ativos distribuídos em regiões com alto consumo de cimento em todo o Brasil. O CFO da CSN, Marcelo Ribeiro, mencionou que essa compra antecipou em sete anos o plano de crescimento da companhia.

Além disso, a CSN estava bem capitalizada, especialmente após o IPO da CSN Mineração, o que a permitiu atuar de forma audaciosa. Com o cimento agora como um dos pilares do negócio, ao lado do aço e minério de ferro, a empresa se posicionou como uma força sólida no mercado.

Por que a gigante suíça Holcim decidiu vender tudo no Brasil?

Enquanto a CSN se expandia, a Holcim estava focada em reorientar suas operações globalmente. A decisão de vender seus ativos no Brasil visava fortalecer seu balanço financeiro e reduzir sua dívida. Os recursos da venda foram investidos em sua divisão de "Soluções e Produtos", que trazem maior valor agregado.

Além disso, essa venda se alinha a uma tendência de conglomerados europeus que buscam se desfazer de operações com altas emissões de carbono, como a produção de cimento. Com a meta de se tornar uma empresa "net zero", a Holcim está focando na sustentabilidade, e a saída do Brasil foi um passo importante nessa direção.

A CSN na vice-liderança do mercado

Com essa compra, a CSN não só entrou no jogo como mudou completamente o ranking do setor. Antes da transação, o mercado era dominado pela Votorantim Cimentos e pela Intercement, onde a Holcim ocupava a terceira posição. Após a aquisição, a CSN Cimentos subiu para a segunda posição, atingindo uma participação de mercado de 18,5%. Isso fez com que a Intercement recuasse para a terceira posição.

A aprovação da transação pelo CADE em 17 de agosto de 2022 foi a confirmação de que a nova configuração do setor estava pronta para competir de forma mais acirrada, prometendo um cenário desafiador e emocionante para o mercado de cimento brasileiro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo