Congonhas prevê voltar a operar voos internacionais em 2026

A Aena, a empresa responsável pela administração do Aeroporto de Congonhas em São Paulo, planeja retomar as operações internacionais em 2024. A internacionalização do aeroporto começará com voos da aviação executiva, ou jatinhos, e a previsão é que os voos comerciais internacionais iniciem em julho de 2028, quando serão finalizadas as obras de ampliação.
Atualmente, o aeroporto dispõe de 30 posições para aeronaves, mas este número deve aumentar para 37. A quantidade de pontes de embarque, que permitem o acesso direto aos aviões, também passará de 12 para 19. Os novos voos internacionais provavelmente serão voltados para países da América do Sul, uma vez que a pista de Congonhas, com 1.940 metros, não comporta aeronaves para voos mais longos, como os transoceânicos.
Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto, informou que já estão sendo feitas negociações com companhias aéreas, incluindo empresas internacionais, que demonstraram interesse em voos para o exterior. Ele também mencionou que o pedido para a internacionalização foi protocolado junto à Secretaria de Aviação Civil. A Aena está em contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e outros órgãos, como Polícia Federal e Anvisa, para obter as aprovações necessárias.
Meira destacou que, se as aprovações forem concedidas, os voos internacionais podem começar entre 2026 e 2027, inicialmente focando na aviação executiva, com voos comerciais iniciando em 2028, após a entrega do novo terminal. Em um evento recente, ele apresentou a ampliação da sala de embarque remoto do aeroporto, que será aberta ao público.
A Secretaria Nacional de Aviação Civil confirmou o início das conversas com Congonhas, mas frisou que ainda não houve formalização oficial do pedido. Também, a Anac declarou que o processo não está aberto, e que a Aena precisará garantir a anuência dos órgãos de controle de fronteira.
Kleber Meira mencionou que a criação de uma ponte aérea para Buenos Aires ou Santiago seria uma grande oportunidade, pois os novos posicionamentos no pátio do aeroporto permitirão receber aeronaves como o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10, que têm capacidade para mais de 200 passageiros e mais autonomia.
As operações internacionais estão suspensas em Congonhas desde a década de 1980, quando o Aeroporto de Guarulhos foi inaugurado. A sala de embarque remoto recém-ampliada, de 3.300 m², é temporária e será substituída pela nova estrutura ao final das obras. O investimento de R$ 30 milhões, que não estava previsto no contrato de concessão, permitiu a expansão da área, que agora oferece duas salas VIP e um centro comercial de 850 m².
O aeroporto contará com 11 estabelecimentos, incluindo serviços de alimentação, farmácia e livraria, substituindo as antigas lanchonetes. Com a ampliação, haverá mais espaço entre os portões de embarque, aumentando o número de assentos de 213 para 329, e atualmente cerca de 15 mil passageiros utilizam a área de embarque remoto diariamente.
A Aena, que assumiu a gestão de Congonhas em outubro de 2023, terá até junho de 2028 para realizar a reforma do aeroporto, com um investimento total de R$ 2,4 bilhões. O objetivo é elevar o número de passageiros que utilizam o aeroporto de 23,1 milhões, no ano passado, para 29 milhões por ano até o fim da concessão, em 2053. Atualmente, o aeroporto opera 44 pousos e decolagens por hora, e não há previsão de aumento deste número.