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CNH: brasileiros cancelam autoescola por este motivo

A proposta do Ministério dos Transportes para acabar com a obrigatoriedade das aulas em autoescola para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) já está gerando uma onda de mudanças no setor. Os donos de autoescolas estão enfrentando cancelamentos de cursos e demandas de reembolso. Para muitos, a queda no número de alunos foi tão significativa que alguns tiveram que colocar instrutores em aviso prévio.

O presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto), Ygor Valença, trouxe à tona essa situação em uma entrevista. Ele expressou preocupação com o impacto imediato que essa proposta está causando, mesmo antes de uma nova regra ser oficialmente implementada.

Insegurança e Críticas

Valença comentou que, até o momento, o Ministério não soltou um texto formal, apenas indicações políticas. A falta de clareza está refletindo diretamente na rotina das autoescolas. “Já temos alunos cancelando matrícula baseados em informações que saem na mídia. Sem uma resolução oficial, gera uma insegurança enorme. E essa situação vem de um discurso que parece mais populista do que tecnicamente fundamentado,” explicou.

A ideia por trás da proposta é permitir que os candidatos realizem as aulas teóricas e práticas sozinhos, através de plataformas digitais, ou optem por continuar nas autoescolas. Assim, após passar pelos exames do Detran, a CNH seria liberada.

Ausência de Consulta Pública

Outro ponto levantado por Valença foi a falta de diálogo com especialistas em trânsito e a ausência de uma consulta pública sobre a proposta. “Não temos uma minuta de resolução. O que vejo é uma movimentação para ganhar popularidade com uma ideia fácil, sem pensar nos riscos reais que isso representa no trânsito,” desabafou.

Reflexos no Mercado

O empresário Mercidio Givisiez, que comanda o Grupo G-Auto em Minas Gerais, também notou essa queda na procura. Ele mencionou que já teve que colocar instrutores em aviso prévio e que, em uma turma de 27 alunos, 17 pediram reembolso. “Muitos estão preferindo esperar para ver como isso vai se desenrolar,” comentou.

Além disso, Givisiez está à frente da E-Motors, que planeja lançar um carro elétrico exclusivo para autoescolas. Valença ressaltou que o programa CNH Social, que oferece habilitação gratuita para pessoas de baixa renda, é uma alternativa que deve ser levada em conta. Ele argumenta que, para efetuar mudanças dessa magnitude, seria necessária uma revisão das regulamentações, além de incentivos como isenção de IPVA ou IPI para veículos usados na formação de condutores.

Esse cenário está criando uma incerteza tanto para os alunos quanto para os profissionais do setor, e as consequências dessa proposta ainda estão por vir.

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