cirurgias cerebrais com pacientes acordados: como funcionam

Uma mudança e tanto aconteceu na saúde pública do Espírito Santo em 2017, com a realização da primeira cirurgia cerebral acordada no Hospital Central de Vitória. Esse procedimento inédito foi realizado em um paciente que tinha crises frequentes de epilepsia, marcando um novo capítulo no tratamento de lesões cerebrais em hospitais públicos.
Detalhes da técnica da cirurgia acordada
A cirurgia acordada é destinada a pacientes cujas lesões estão próximas a áreas críticas do cérebro, aquelas que controlam funções essenciais como fala e movimento. Durante a operação, o paciente permanece acordado, o que permite que os médicos monitorem continuamente suas funções cerebrais. Essa interação é crucial e ajuda a reduzir o risco de sequelas neurológicas.
Além disso, essa abordagem também acelera a recuperação, diminuindo o tempo necessário de internação na UTI. A comunicação constante entre a equipe médica e o paciente é fundamental para garantir que áreas importantes do cérebro não sejam afetadas durante o procedimento.
Avanços da neuronavegação
Outro passo significativo para a medicina capixaba foi a implementação da neuronavegação, uma técnica que começou a ser utilizada em janeiro deste ano. Esse método, já consagrado em hospitais internacionais, facilita a realização de craniotomias com extrema precisão. Utilizando tecnologia de laser e câmeras, a neuronavegação mapeia o cérebro com uma margem de erro mínima, aprimorando a segurança da intervenção.
Essa técnica não só reduz o tempo total da cirurgia, mas também a necessidade de internação. A combinação da neuronavegação com a cirurgia acordada tem gerado resultados promissores na preservação das funções neurológicas dos pacientes.
Impacto no sistema público de saúde
O Espírito Santo se destaca por realizar esses procedimentos em um hospital público, evidenciando a importância de ter centros especializados em neurocirurgia. Esses avanços têm possibilitado o acesso a tratamentos de alta qualidade, que antes eram mais comuns no setor privado, impactando positivamente a qualidade de vida dos pacientes.
Os custos para esses procedimentos podem variar, mas giram em torno de R$ 100 mil, o que depende da complexidade do caso e dos recursos disponíveis.
Expectativas
O sucesso das cirurgias no Hospital Central serve como uma inspiração para que outras instituições de saúde pública adotem essas técnicas. Há uma expectativa crescente de que mais hospitais possam oferecer esses tratamentos, aumentando as opções para a população.
O uso de métodos como a cirurgia cerebral acordada e a neuronavegação no Espírito Santo representa um avanço significativo na medicina pública local. Agora, a esperança é que essas inovações se espalhem para outros hospitais, permitindo que mais pacientes se beneficiem desses cuidados de ponta.