Cinco erros gramaticais cometidos por você e todos nós

Erros gramaticais são uma realidade para muitos brasileiros, mesmo para aqueles que se consideram bons no idioma. Eles aparecem tanto na fala como na escrita e, muitas vezes, passam despercebidos, especialmente em situações informais, como nas redes sociais ou em conversas por mensagem.
Embora esses deslizes nem sempre comprometam a compreensão da mensagem, eles podem prejudicar a credibilidade de quem se comunica. Isso é particularmente importante em contextos mais formais, como no trabalho ou em situações acadêmicas. Por isso, entender os erros mais comuns pode ajudá-lo a se expressar melhor e a passar uma imagem mais profissional.
A familiaridade com a norma culta do português pode fazer toda a diferença na sua vida acadêmica e profissional. No entanto, existem cinco erros gramaticais que muitas pessoas cometem com frequência, independentemente da situação – seja em e-mails, textos ou até mesmo apresentações.
Erros gramaticais mais comuns no português do Brasil
Entre os equívocos mais recorrentes estão a crase, a concordância, o uso de pronomes, a confusão entre palavras homônimas e a colocação pronominal. Esses erros surgem por várias razões, como a influência da fala, a falta de leitura e o desconhecimento das normas.
1. Uso indevido da crase
A crase é a fusão da preposição "a" com o artigo definido feminino "a", formando "à". Embora pareça simples, a aplicação correta da crase ainda causa dúvida em muitas pessoas.
Um erro comum é usar a crase antes de palavras masculinas, como em “fui à mercado”. Outro deslize é omitir a crase quando ela é necessária, como em “vou à escola”. Isso se torna ainda mais evidente em expressões que pedem o uso da crase, como “à medida que” ou “à tarde”.
2. Concordância verbal e nominal mal aplicada
As falhas de concordância são fáceis de identificar, tanto na escrita como na fala. Elas acontecem quando o sujeito não concorda em número ou gênero com o verbo ou os adjetivos. Por exemplo, frases como “os aluno chegou” e “as casa bonita” são erros clássicos.
O problema se amplifica em construções mais complexas, onde o sujeito é composto ou há termos intercalados entre o sujeito e o verbo, levando a confusões.
3. Emprego equivocado de pronomes
Usar pronomes de forma incorreta pode deixar a mensagem confusa e ambígua. Um dos exemplos mais comuns é confundir "eu" com "mim". Frases como “para mim fazer o trabalho” estão erradas; o correto é “para eu fazer o trabalho”.
Outro deslize ocorre ao trocar pronomes demonstrativos, como "esse" e "aquele", o que pode alterar o sentido da frase.
4. Confusão entre palavras homônimas
Homônimos são palavras que se pronunciam da mesma forma, mas têm significados diferentes. Um erro frequente é trocar “sessão” (um período) por “seção” (divisão).
Outro exemplo é a troca entre “descrição” (ato de descrever) e “discrição” (reserva, sigilo). Essa confusão pode mudar completamente o sentido de uma frase.
5. Colocação pronominal incorreta
A posição dos pronomes oblíquos, como “me”, “te”, “se”, “o” e “a”, é muitas vezes negligenciada. Existem regras específicas de colocação: próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio do verbo).
Por exemplo, na frase “me empresta um livro?”, o ideal seria “empresta-me um livro?”, principalmente em contextos mais formais. Embora a fala do dia a dia admita mais flexibilidade, usar os pronomes corretamente pode ajudar a manter a clareza e a formalidade.
Por que os erros gramaticais persistem no cotidiano?
Um dos principais motivos para a persistência desses erros é a predominância da linguagem oral. O jeito mais informal de falar influencia a forma como muitas pessoas escrevem e falam. Além disso, a variedade regional do português ao redor do Brasil também faz com que algumas formas sejam aceitas, embora não sejam consideradas corretas pela norma gramatical.
A rapidez nas comunicações digitais, que muitas vezes prioriza a velocidade em vez da correção, também contribui para que esses erros sejam mais comuns.
Estratégias para evitar erros gramaticais na comunicação escrita
Para evitar deslizes, algumas práticas simples podem ser muito eficazes. O hábito de ler regularmente textos bem escritos, como livros e matérias de jornal, é um ótimo jeito de internalizar as regras gramaticais.
Revisar suas mensagens antes de enviá-las, especialmente em ambientes profissionais ou acadêmicos, é fundamental. Consultar fontes confiáveis, como livros de gramática ou dicionários, pode ajudar sempre que surgir uma dúvida.
A prática frequente da escrita também é crucial. Ao escrever com regularidade, você melhora seu domínio da língua e reconhece padrões corretos. Quando possível, pedir ajuda a professores ou especialistas na língua pode esclarecer pontos que ainda são confusos.
Ter boa habilidade na norma culta do português não só ajuda na comunicação, mas também influencia como as pessoas percebem você em contextos sociais e profissionais. Evitar erros gramaticais é um passo importante e pode ser um diferencial em muitas situações.