Chuvas voltam ao Paraná após mais de 20 dias de sol

As temperaturas no Paraná aumentaram de forma gradual na última semana. No dia 23 de agosto, segundo dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), as temperaturas em todo o Estado variaram entre 18°C e 29°C até as 13h. Esse aumento na temperatura, combinado com a umidade, gerou áreas de instabilidade que devem trazer chuvas a regiões que não recebem precipitações há mais de 20 dias.
Diferente das frentes frias que ocorreram no inverno, a previsão para esta quinta-feira, dia 24, indica chuvas fracas a moderadas na metade sul do Paraná, abrangendo desde o extremo oeste até a parte leste e sul da região noroeste. No entanto, apenas nas áreas oeste e sudoeste há chances de raios, mas a expectativa é que o volume de chuva não seja significativo.
Não há alerta para tempestades e a temperatura à tarde deve ser mais amena em comparação aos dias anteriores. Na sexta-feira, dia 25, pode haver chuvas ocasionais pela manhã, mas durante o dia o tempo deve ser mais seco, com temperaturas em elevação. Já no sábado, dia 26, o clima deverá se manter seco, enquanto no domingo, dia 27, a instabilidade deve retornar, atingindo todas as regiões.
Um especialista meteorológico do Simepar explicou que o ar quente e úmido que provoca essa mudança vem da região Amazônica, passando pelo Centro-Oeste e se dirigindo para o Sul do Brasil, mas sua atuação não será uniforme, o que dificulta a ocorrência de chuvas constantes.
Vale destacar que muitos municípios do Paraná enfrentaram um período sem chuva que variou de 20 a 24 dias. Após um mês de junho em 2025 com precipitações acima da média, julho trouxe um cenário de pouca chuva até agora, o que representa um desafio, principalmente considerando que muitos locais apresentaram umidade relativa do ar abaixo de 50% ao longo do mês.
Em Guaíra, por exemplo, choveu 6,2 mm no dia 26 de junho e houve apenas algumas gotas nos dias 27 e 30 do mesmo mês. Em contraste, junho de 2025 teve um total de 114,8 mm de precipitações, superando a média histórica de 78,7 mm. A média de julho é de 57,6 mm, mas até agora não houve registrou de chuvas.
Jaguariaíva também enfrenta situação semelhante, com 6,8 mm de chuva no dia 30 de junho, e sem novas chuvas desde então. O total de junho de 2025 foi de 167,8 mm, enquanto a média histórica é de 93,5 mm. Para julho, a média histórica é de 76,4 mm, mas até o momento houve acumulado de menos de 1 mm.
Cascavel registrou 33,4 mm no dia 26 de junho e 2,6 mm no dia seguinte. Em junho, a cidade teve um total de 242,6 mm, muito acima da média histórica de 124,8 mm. Entretanto, em julho a média é de 76,9 mm e não há registro de chuvas até agora.
Em Guarapuava, os últimos registros de precipitação foram de 4,6 mm no dia 30 de junho e algumas gotas no início de julho. Junho de 2025 trouxe 263,2 mm, acima da média histórica de 159 mm. Em julho, a média histórica é de 104,1 mm e apenas 1,4 mm foram registrados até agora.
Ponta Grossa viu 6,6 mm de chuva no dia 1 de julho, com um total de 123,2 mm em junho, que está próximo da média histórica de 103,2 mm. Em julho, a média é de 89 mm, mas até agora foram apenas 7,6 mm.
Na região norte do Estado, a previsão indica que não há chuvas até sexta-feira. Londrina registrou menos de 7 mm nos dias 21, 22 e 23 de junho, com mais algumas gotas nos dias 26 e 27. O total de chuvas em junho de 2025 foi de 125,2 mm, acima da média histórica de 86 mm. Para julho, a média é de 68,1 mm, e até agora não houve chuvas.
Apucarana também registrou apenas 12,4 mm de chuva em 22 de junho, com alguns episódios de garoa nos dias seguintes. O total em junho foi de 95,4 mm, superando a média de 81,7 mm. Em julho, a média é de 74 mm, mas houve apenas 1,2 mm de precipitação até agora.
Maringá relatou 9,2 mm em 22 de junho e alguns dias de garoa depois disso. O total de junho foi de 154 mm, bem acima da média histórica de 83,3 mm, mas em julho, apesar da média ser de 66,5 mm, não choveu até o presente momento.
Em julho, é comum que várias cidades passem por períodos prolongados sem chuvas e que o volume médio mensal seja atingido em poucos eventos. Em 2025, uma bloqueio atmosférico no Sul da América do Sul impediu a formação das frentes frias que costumam trazer chuvas em esta época do ano, resultando em uma maior presença de massas de ar seco na região.