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Cerveja de laranja: a gigante Citrosuco e suas operações globais

A Citrosuco, localizada em Matão, no interior paulista, é reconhecida como a maior fábrica de processamento de suco de laranja do mundo. Ao seu redor, essa operação complexa envolve uma rede verticalizada que vai desde o cultivo até a exportação, com quatro unidades em funcionamento — em Matão, Catanduva e Araras (SP), além de Lake Wales, nos Estados Unidos. Para completar o cenário, há terminais marítimos próprios em cinco países e uma frota de navios dedicados ao transporte.

Esse sistema robusto não só gera cerca de 5,5 mil empregos permanentes, como também ultrapassa 12 mil trabalhadores durante a safra, evidenciando a importância do complexo para a economia regional.

Logística global e frota própria

A logística é algo fundamental para garantir que o suco chegue rapidamente aos mercados internacionais. A Citrosuco mantém terminais em Santos (Brasil), Wilmington (Estados Unidos), Ghent (Bélgica), Toyohashi (Japão) e Newcastle (Austrália), todos conectados por uma frota de cinco navios dedicados e um multicarga. Essa estrutura permite não apenas embarques a granel, mas também assegura a cadeia fria do suco, conservando sua qualidade desde a origem até o destino, além de reduzir a dependência de terceiros em momentos críticos.

O papel central da planta de Matão

A planta de Matão é o coração desse vasto arranjo. Aqui, ocorre a recepção da fruta, além de processos como extração e filtração do suco e pasteurização. A operação inclui armazenamento em tanques com controle de temperatura, permitindo duas opções de produtos: suco concentrado e não concentrado. Isso garante tanto a estabilidade térmica quanto a rastreabilidade, padronizando toda a operação desde o processamento até o envio ao porto.

Aproveitamento integral da laranja

Um dos principais pilares dessa operação é o aproveitamento total da laranja. Além do suco, a fábrica separa e transforma o óleo essencial da casca e utiliza bagaço, casca e sementes para a produção de ingredientes que vão para outras indústrias. Essa visão sustentável ajuda a diversificar receitas e reduz resíduos ao longo de todo o processo.

História e transição energética

Entender a história da Citrosuco é essencial para apreciar sua grandiosidade atual. A construção da unidade de Matão começou nos anos 1960, e, na década de 1980, a empresa fez a transição para o uso de biomassa em vez de óleo combustível, antecipando-se a metas ambientais. Essa mudança foi acompanhada de melhorias logísticas, incluindo um terminal ampliado em Santos, que foi crucial para fortalecer a vocação exportadora da empresa.

Estrutura acionária e investimentos

O controle da Citrosuco é feito pelos grupos Votorantim e Fischer, sendo que a primeira detém 50% das ações. Informações recentes indicam que a empresa está se destacando em um cenário de preços internacionais elevados e que a diversificação de atividades, por meio do braço de ingredientes naturais Evera, tem sido um foco importante. A governança e a transparência nos seus relatórios de sustentabilidade refletem um compromisso com boas práticas.

Presença internacional e impacto regional

A presença global da Citrosuco é ampla, com fazendas, viveiros de mudas e escritórios comerciais espalhados pelo Brasil, Estados Unidos, Austrália, Bélgica, Japão e China. Na produção, a empresa realiza auditorias em seus fornecedores e implementa programas de sustentabilidade. Durante a colheita, a força de trabalho soma mais de 12 mil pessoas, evidenciando a relevância do setor no interior de São Paulo.

Estrutura e processos industriais

Dentro da unidade de Matão, a operação funciona como uma verdadeira “cidade do suco”. Áreas específicas são designadas para a recepção e classificação da fruta, linhas de extração e concentração, e laboratórios de controle de qualidade. O planejamento das docas de carregamento permite que a produção seja sincronizada com as janelas de embarque, reduzindo o tempo entre o processamento e o transporte marítimo.

O elo com o Porto de Santos

O terminal próprio em Santos é o principal ponto de ligação entre a fábrica e o mar. Sua proximidade garante não só a agilidade no transporte, mas também a manutenção da temperatura adequada, essencial para a qualidade do produto. A partir de Santos, os sucos seguem para os terminais de Wilmington, Ghent, Toyohashi e Newcastle, conectando a produção brasileira aos maiores mercados consumidores.

Exportações e relevância global

Em termos de exportações, o Brasil é um líder mundial no suco de laranja, com a Europa e os Estados Unidos se destacando como os principais destinos. Isso torna a operação de Matão ainda mais crucial dentro da cadeia de exportação, especialmente em safras volumosas, quando a capacidade de embarque rápido se transforma em um diferencial competitivo.

Inovação e sustentabilidade

A Citrosuco ressalta a importância do tripé agricultura, indústria e logística para oferecer alimentos de qualidade, sempre respaldada por tecnologia e inovação. Com diversas plantas, terminais internacionais e uma rede ampla de escritórios, a companhia busca manter um padrão de qualidade uniforme, desde a produção até o consumidor.

Dados não divulgados publicamente

Embora a operação seja robusta, nem todos os números são facilmente acessíveis. A companhia mantém em sigilo dados como a capacidade de processamento da unidade de Matão e detalhes sobre suas linhas de produção. Apesar disso, essa planta se consolida como o núcleo crucial de uma cadeia global que propõe continuidade, refrigeração e eficiência logística.

Verticalização e alcance mundial

O que se observa é um complexo verticalizado muito raramente visto no setor de alimentos e bebidas. Desde a produção agrícola até o processamento e a logística, tudo é gerido pela empresa. Essa padronização se traduz em uma garantia de estabilidade e competitividade, essenciais em um mercado que valoriza preço e qualidade.

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