Aquário de água doce no Brasil destaca 5 milhões de litros e variedades

O Bioparque Pantanal em Campo Grande é um dos destinos mais impressionantes do Brasil, reunindo natureza, ciência e tecnologia sob um único teto. Idealizado pelo arquiteto Ruy Ohtake, o prédio tem um design que reflete o movimento dos rios do Pantanal, com curvas fluidas que encantam. A estrutura é robusta, com paredes de vidro laminado que suportam até 200 toneladas de água em um único painel, e filtros biológicos que representam as dinâmicas de 11 bacias hidrográficas brasileiras.
O projeto começou em 2011 e, inicialmente, a construção deveria durar 900 dias. No entanto, diversos desafios técnicos e embargos ambientais prolongaram a obra por 11 anos, até finalmente ser inaugurada em 2022.
Um laboratório vivo de biodiversidade
No subsolo do aquário, há três laboratórios devidamente certificados que funcionam como um biotério. Aqui, pesquisadores se dedicam a estudar a reprodução em cativeiro de espécies como a pirarara e a reintrodução de arraias-bobo em áreas degradadas do Pantanal. Em 2024, mais de 250 nascimentos de 49 espécies foram registrados, incluindo 12 eventos inéditos para a ciência.
Educação, inclusão e acessibilidade
O acesso ao Bioparque Pantanal é gratuito, mas requer agendamento prévio. Para receber todas as pessoas, o complexo conta com legendas em português, inglês e espanhol, além de piso tátil e sinais em Libras para 67 espécies de peixes, fruto de uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tudo pensado para garantir que ninguém fique de fora da experiência.
Impacto econômico e fluxo de visitantes
Durante o ano de 2024, o Bioparque atraiu mais de 375 mil pessoas de 120 países. Esse movimento turístico trouxe um impacto significativo na economia local, com cerca de R$ 120 milhões injetados. Hotéis na região perceberam um aumento médio de 12% na taxa de ocupação durante feriados prolongados, e a malha aérea de Campo Grande se expandiu com novos voos de São Paulo e Brasília.
Uma viagem pelos rios brasileiros
Ao visitar o aquário, você pode experimentar diferentes biomas brasileiros. No tanque “Floresta Alagada”, você verá o ciclo das cheias amazônicas, com macacarecuba submersas convivendo com peixes-bois. Na ala “Nascente do Rio Formoso”, os raios de luz atravessam águas limpas onde dourados e piraputangas nadam. Saindo do Brasil, um painel apresenta o Velho Chico, simulando suas correntes e a rica fauna do rio.
Os biólogos que trabalham lá também estão sempre prontos para compartilhar conhecimento por meio de micro-palestras sobre ecologia e as consequências das mudanças climáticas.
Pesquisa aplicada e ciência cidadã
O Bioparque não é só um lugar de entretenimento, mas também um centro de pesquisa. Junto com a Embrapa Pantanal e a Universidade de Queensland, desenvolvem sensores que medem a qualidade da água. Os visitantes podem baixar um aplicativo gratuito que monitora em tempo real informações como pH e temperatura de cada tanque, transformando a visita em uma aula prática.
Sustentabilidade operacional
A sustentabilidade é uma prioridade no Bioparque. Ele será totalmente abastecido por uma usina solar de 1,8 MW instalada no estacionamento, o que equivale a fornecer energia para aproximadamente 1.100 residências. O sistema de água, que é filtrado de forma mecânica e com ozonização, permite o reúso de 97% do volume total, um feito impressionante para aquários na América Latina.
Turismo, identidade regional e futuro
Como o maior aquário de água doce do mundo, o Bioparque se tornou um novo cartão-postal de Campo Grande, ao lado do Parque das Nações Indígenas. Muitas agências de turismo estão oferecendo pacotes que combinam visitas ao Bioparque com safáris fotográficos em fazendas do Pantanal, aumentando a duração das estadias de turistas internacionais.
O governo do estado já está planejando uma segunda fase do projeto, que pode incluir a construção de um centro de reabilitação de quelônios e um tanque oceânico de 2 milhões de litros, sempre mantendo o foco em água doce.
Esse espaço não é apenas uma atração, mas sim um convite para explorar e apreciar a biodiversidade do Pantanal.