Anac revoga certificado de operação da Voepass definitivamente

Anac Cassa Certificado da Voepass e Interrompe suas Operações
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu, de forma definitiva, cassar o Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass. Esse certificado é fundamental para que uma empresa possa realizar voos comerciais. Com essa decisão, a Voepass fica impedida de operar, encerrando suas atividades aéreas.
Desde o ano passado, a Voepass tentava retomar suas operações após ter seus voos suspensos temporariamente pela Anac em 11 de março de 2023. A suspensão ocorreu devido a várias falhas encontradas em seus aviões durante inspeções. A Anac constatou que a empresa não havia corrigido os problemas indicados.
Ao longo das discussões sobre a suspensão, a defesa da Voepass solicitou que a Anac permitisse mais tempo para que a empresa apresentasse suas justificativas. No entanto, a Anac considerou que a Voepass teve tempo suficiente para resolver as questões abordadas e que a empresa não demonstrou competência para sanar os problemas apontados.
O diretor Luiz Ricardo Nascimento, responsável por relatar o caso, rejeitou os argumentos da empresa. Ele afirmou que a companhia não havia mostrado eficiência em resolver as falhas que lhe foram notificadas. O diretor enfatizou que não havia alternativa a não ser confirmar a penalidade de cassação.
A decisão da Anac foi impulsionada pela "Operação Assistida", que visa verificar a segurança das operações aéreas das empresas. Essa operação começou após um trágico acidente em 9 de agosto de 2024, em que 62 pessoas perderam a vida na queda de um avião no interior de São Paulo.
Relatos indicam que a Voepass apresentava pelo menos cinco problemas estruturais em suas aeronaves, como deformações na fuselagem e danos nas portas de carga. Essas falhas foram detectadas em quatro aeronaves diferentes, levando a Anac a concluir que havia uma perda significativa na confiabilidade dos processos internos da empresa para detectar e corrigir problemas.
As inspeções da Anac foram feitas nas bases de manutenção da Voepass, localizadas nos aeroportos de Ribeirão Preto, Guarulhos e Congonhas em São Paulo, além de Recife (PE) e Galeão (RJ). Durante essas auditorias, não foi encontrado registro de ações corretivas que deveriam ter sido tomadas pela empresa, indicando uma falta de monitoramento adequado.
Nos últimos 18 meses, entre agosto de 2023 e fevereiro de 2025, a Anac abriu 15 processos administrativos contra a Voepass em razão de irregularidades identificadas. Em abril, a empresa também protocolou um pedido de recuperação judicial, o que evidencia sua situação financeira delicada.
Com essas ações, a Anac reafirma seu compromisso em garantir a segurança dos voos comerciais no Brasil, enquanto a Voepass se vê em um momento crítico, sem a possibilidade de operar e com a necessidade de reavaliar suas condições internas.