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Ambev (ABEV3) decepciona no 2º tri e ações caem 6%

A Ambev, uma das maiores empresas de bebidas do Brasil, divulgou nesta quinta-feira (31) os resultados financeiros do segundo trimestre de 2025. O relatório apresenta informações que indicam dificuldades para a companhia. As ações da Ambev (ABEV3) caíram 6,31%, sendo negociadas a R$ 12,32 logo pela manhã, por volta das 10h20, após o anúncio.

O banco Goldman Sachs destacou uma queda de 9% no volume de venda de cervejas no Brasil, que ficou abaixo das expectativas. Além disso, a empresa reportou um lucro líquido que foi 7% inferior ao que o mercado esperava. Segundo o banco, problemas como a inflação elevada e o aumento da concorrência, especialmente da Heineken, estão contribuindo para um cenário desafiador.

O Goldman Sachs manteve sua recomendação de venda das ações da Ambev e definiu um preço-alvo de R$ 11,0, prevendo que o mercado reaja negativamente aos resultados financeiros.

O JPMorgan também apontou dificuldades nas operações da Ambev. A empresa registrou uma receita líquida de R$ 20,1 bilhões, um crescimento modesto de 0,2% em relação ao ano anterior, mas 4,6% abaixo do que o banco havia previsto. Essa diminuição é atribuída à queda significativa nas vendas de cerveja, que recuaram 8,9% em comparação ao mesmo período de 2024.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) foi de R$ 6,153 bilhões, um aumento de 5,9% em relação ao ano anterior, mas o JPMorgan reconheceu que essa melhora não foi suficiente para compensar a queda nas vendas.

O lucro líquido normalizado foi de R$ 2,832 bilhões, representando uma alta de 15,2%, mas ainda abaixo das expectativas do mercado. Parte dessa decepção ocorreu devido a perdas maiores do que o esperado em instrumentos financeiros.

A Ambev anunciou que manterá sua projeção de custos, focando na gestão dos impactos das flutuações cambiais e dos preços das commodities. Apesar das dificuldades, a XP Investimentos observou que a empresa se posiciona melhor para o segundo semestre, já que foi uma das primeiras a reajustar os preços de suas bebidas. A corretora reconheceu que as vendas poderiam ter sido melhores se não fossem as condições climáticas desfavoráveis, especialmente em junho, que foi responsável por 60% da redução no volume de vendas.

A Ambev também anunciou a distribuição de R$ 2 bilhões em dividendos intermediários, mantendo o mesmo nível do primeiro trimestre. No entanto, esses dividendos foram considerados menos atrativos se mantidos de forma recorrente.

A operação de bebidas no Brasil registrou uma queda nas vendas de 8,9% em relação ao ano passado, devido a condições climáticas adversas e questões relacionadas à estratégia de preços. A divisão de bebidas não alcoólicas também apresentou resultados abaixo das expectativas, impactada por fatores semelhantes.

Em contrapartida, a divisão da América Central e Caribe demonstrou um crescimento no Ebitda ajustado de 16% em comparação ao ano anterior, superando as previsões do mercado. No Canadá, o Ebitda também cresceu 15,1%, com volumes acima do esperado.

Os analistas do Itaú BBA e da Ativa Investimentos classificaram os resultados da Ambev como fracos, prevendo uma reação negativa das ações. A pressão elevada sobre os volumes de venda e as dificuldades de compensar os aumentos nos custos foram destaque nas análises.

Embora o resultado líquido tenha superado as estimativas em alguns aspectos, os investidores buscam mais clareza sobre a situação financeira da empresa e sua estratégia para o futuro. Os especialistas continuam atentos ao desempenho da Ambev nos próximos trimestres, especialmente diante do cenário desafiador enfrentado pelo setor.

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