Galípolo se encontra com presidente do BRB sobre caso Master

Na noite de segunda-feira, 21 de agosto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília (BRB). O encontro ocorreu apenas dois dias depois de Galípolo ter se encontrado com Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, na sede do Banco Central.
Essas reuniões têm como objetivo discutir a operação de compra do Banco Master pelo BRB, que ainda está sendo analisada pela autoridade monetária. Durante o encontro, também estavam presentes os diretores do Banco Central, Ailton Aquino, responsável pela Fiscalização, e Gilneu Vivan, que cuida da Regulação. Nesse contexto, o nome de Dario Oswaldo Garcia Junior, diretor-executivo de Finanças de Controladoria do BRB, foi mencionado na agenda pública do Banco Central.
Os representantes do Banco Central estão usando essas reuniões para esclarecer dúvidas sobre uma nova documentação que foi enviada recentemente para análise. No início deste mês, Galípolo comentou que o BRB e o Banco Master ainda estavam definindo os detalhes da operação.
Esses detalhes incluem o escopo do que será adquirido, ou seja, a porção do Banco Master que o BRB pretende comprar. Informações já divulgadas indicam que a fatia que o BRB seguirá adquirindo deve ser menor do que o inicialmente planejado. Um dos motivos para essa redução são problemas de documentação encontrados em vários ativos e passivos do Banco Master, que deverão ser excluídos da operação caso não apresentem a documentação adequada.
Galípolo ressaltou que, após a análise da documentação, o Banco Central fará uma avaliação da viabilidade da operação, mas sem envolver questões sobre a conveniência para os acionistas do banco.
Além disso, no dia 14 de agosto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou um processo administrativo para investigar a diretoria do BRB, focando na elaboração das demonstrações financeiras referentes ao ano de 2024 e em assembleias gerais que não foram convocadas dentro do prazo legal. O balanço, que está sendo investigado, apontou um lucro líquido recorrente de R$ 282 milhões em 2024, representando um aumento de 41% em relação ao ano anterior, impulsionado por um crescimento de 15,1% na margem financeira, graças ao aumento na carteira de crédito e à diversificação dos produtos oferecidos.
Em junho, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a compra de uma parte do Banco Master pelo BRB. Agora, a operação depende da aprovação final do Banco Central.
A aquisição de 58% do Banco Master pelo BRB foi anunciada em 28 de março e gerou discussões entre o Banco Central e os principais bancos do Brasil, além de levantar preocupações entre parlamentares do Distrito Federal.