Notícias

Carros elétricos: como a tecnologia evita ficar sem carga

A popularização dos veículos elétricos está mudando a maneira como nos movimentamos, tanto nas cidades quanto no campo. Mas uma dúvida persiste: o que acontece quando a bateria chega a 0%?

Diferentemente dos carros a combustão, os elétricos são equipados com sistemas inteligentes que evitam paradas abruptas e oferecem tempo para o motorista reagir. Em 2025, já é comum ver carros elétricos por aí, não apenas como uma promessa do futuro.

Hoje, temos modelos com autonomia de mais de 300 km, uma realidade para milhares de motoristas no Brasil e pelo mundo. Porém, a infraestrutura de carregamento ainda não acompanhou esse avanço de forma adequada, criando preocupações sobre o que chamamos de "pane seca elétrica".

Ansiedade de autonomia e novas preocupações

Por um bom tempo, o grande medo de quem pensava em trocar para um carro elétrico era a autonomia. Mas com a evolução das baterias e a melhoria nos sistemas de eficiência, esse panorama mudou.

Modelos como Kia EV6, Nissan Leaf, Porsche Taycan e BYD Dolphin garantem mais de 300 km com uma carga cheia, o que é mais do que suficiente para a rotina de muitas pessoas. No entanto, o real desafio agora está na rede de recarga.

Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil já conta com mais de 4.000 pontos públicos de carregamento. Contudo, muitos ainda têm que lidar com filas, equipamentos danificados e locais de difícil acesso, o que gera incertezas em viagens mais longas.

Quando a bateria chega ao fim

Ao contrário de um carro com motor a combustão, que pode desligar de forma abrupta, o elétrico trabalha para proteger o motorista até o último momento. A sequência funciona mais ou menos assim:

Primeiro, o painel avisa sobre o baixo nível da bateria. Em seguida, aparecem mensagens sugerindo a busca por um carregador próximo. Alguns modelos até indicam os pontos de recarga através do GPS e recalculam a rota automaticamente.

Se a carga continuar a diminuir, o desempenho do carro é reduzido radicalmente. Nesse ponto, entra em cena o famoso "modo tartaruga", que diminui a potência para preservar a energia restante. Recursos como ar-condicionado e sistemas de entretenimento são desligados para garantir tração.

Comportamentos distintos entre modelos

Cada fabricante tem sua maneira de lidar com a descarga total da bateria. Por exemplo, o Fiat 500e pode parar de forma mais brusca ao alcançar 0%. Já o Kia EV6 consegue continuar funcionando mesmo com o painel indicando que a bateria está zerada, chegando a atingir 96 km/h antes de parar gradualmente, mas sem assistência na direção. Isso pode complicar o reboque.

Outros modelos, como o Porsche Taycan, mantêm o sistema elétrico ativo por mais tempo, permitindo que a direção assistida permaneça e facilitando o deslocamento até um local seguro.

E se o carro parar de vez?

Se a bateria acabar completamente e o carro parar, o ideal é contactar um serviço especializado. Diferente dos carros tradicionais, os elétricos não podem ser rebocados como os demais, pois muitos não têm uma marcha neutra verdadeira. Puxar o carro com as rodas no chão pode danificá-lo.

O que se recomenda é o uso de caminhão-plataforma ou guincho com rodas suspensas, especialmente para veículos com tração dianteira ou traseira. Modelos como o Nissan Leaf podem ser rebocados com as rodas dianteiras suspensas, enquanto o Cupra Born necessita que as rodas traseiras sejam levantadas.

Planejamento é tudo

Para evitar a “pane seca elétrica”, o planejamento é fundamental. Antes de viajar, especialmente em regiões com poucos pontos de carregamento, vale a pena traçar uma rota que passe por locais com estrutura adequada.

Aplicativos como PlugShare, Waze e Google Maps ajudam a localizar as estações de recarga. Além disso, usar o modo econômico e a regeneração de frenagem pode proporcionar alguns quilômetros extras. Desligar itens como rádio e ar-condicionado em momentos críticos também ajuda a estender a autonomia.

Outra dica é reduzir o peso do carro, já que a carga extra impacta diretamente o consumo da bateria.

Se mesmo assim a bateria acabar?

Caso o veículo pare completamente, a solução é entrar em contato com o serviço de assistência 24 horas. Some muitas empresas já oferecem caminhões equipados com geradores que fazem uma carga rápida, permitindo que o carro chegue ao próximo ponto de recarga. Se essa opção não estiver disponível, o guincho-plataforma será a única saída.

O futuro e menos imprevistos

A evolução dos carros elétricos vai além da autonomia e promete tornar ainda mais simples o processo de recarga. Teorias sendo testadas na Europa e nos EUA incluem carregamento por indução nas estradas e estações de recarga ultrarrápida, que conseguem carregar até 80% da bateria em menos de 15 minutos.

Fabricantes como BMW, Hyundai e Tesla já estão de olho nessa visão de abastecimento contínuo. Isso significa que a experiência ao volante vai se tornar cada vez mais similar à de um carro convencional, porém, com mais inteligência, menos impacto ambiental e mais segurança.

Ficar sem bateria em um carro elétrico já não é mais motivo de desespero. Com as tecnologias atuais e um bom planejamento, esse percalço pode ser facilmente evitado. Conhecer bem seu veículo e usar todos os recursos disponíveis é a chave para uma mobilidade elétrica tranquila e eficiente.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo