Correia banhada a óleo avança com reforço no projeto Fipe Carros

Chevrolet acaba de anunciar novidades na linha 2026 dos seus populares modelos Onix e Tracker. As mudanças são legais e vão muito além do visual. A marca deu uma atenção especial ao acabamento interno e a alguns pontos da mecânica. No entanto, a grande estrela da vez pode gerar um certo receio: o motor ainda usa a famosa correia dentada banhada a óleo para acionar o comando de válvulas, um sistema que já deu o que falar nos últimos anos.
Um detalhe que chamou a atenção é que a Chevrolet trocou o fornecedor da correia e fez alterações na composição do material. O objetivo? Aumentar a resistência em situações onde a manutenção não é das melhores, como usar um óleo que não é o Dexos1 Gen2. Apesar da mudança, a correia continua imersa no óleo do motor, então vamos ficar de olho!
Desde 2020, alguns motores 1.0 e 1.2 turbo da GM têm apresentado problemas de desgaste, com essa correia se esfarelando e liberando fragmentos que contaminam o sistema de lubrificação. Nesta nova fase, as concessionárias estão recebendo orientações para checar a integridade da correia e limpar o pescador de óleo. Além disso, é recomendado substituir a peça muito antes dos 240 mil km sugeridos no manual.
Um dos maiores riscos de falhas nesse sistema é o calço hidráulico. Isso acontece quando o óleo contaminado entra nos cilindros ou a circulação do lubrificante é interrompida. E quem já passou por isso sabe que a última coisa que você quer é uma retífica ou troca de motor.
Comparativo com motores concorrentes
Mas não podemos jogar toda a culpa na Chevrolet! Esse sistema de correia banhada a óleo não é exclusividade dela. Outros carros, como os modelos da Stellantis – incluindo Fiat, Peugeot e Citroën – também estão nessa. Eles tiveram que rever os planos de manutenção e reduzir o intervalo de troca da correia para 100 mil km no Brasil.
Por outro lado, as marcas Hyundai e Kia, com a linha Kappa TGDI, optaram por uma correia convencional externa. Já a Volkswagen prefere manter a corrente metálica em seus motores TSI.
O lado bom da correia banhada a óleo é a redução de ruído e atrito, que contribui para um consumo mais eficiente e emissões menores. Contudo, a durabilidade dessa peça depende muito da qualidade do óleo e da frequência das trocas. E convenhamos, a realidade em muitos postos e oficinas por aqui é preocupante, com uma variedade de óleos fora da norma.
Custo de reparo fora da garantia
E se você acabar enfrentando uma dessas falhas? A substituição da correia pode custar entre R$ 6 mil e R$ 13 mil. E isso dependendo do nível de contaminação do motor. Se o dano for severo, os valores podem subir ainda mais, levando em conta o virabrequim, cabeçote e cilindros. Esse é um custo que pode pegar muita gente de surpresa, especialmente em carros que já estão fora da garantia. Por conta disso, a GM ampliou a cobertura para cinco anos nos modelos Onix e Tracker, mesmo mantendo a correia no sistema.
Essa estratégia é uma jogada esperta para ficar compatível com concorrentes como Hyundai HB20/Creta e Jeep Renegade, que já oferecem garantias estendidas.
Onix e Tracker 2026: o que mais mudou?
Além da correia mais recente, os novos modelos trazem alterações em seu visual e em outras características. O Onix ganhou uma nova grade frontal, faróis de LED nas versões mais completas e um painel super moderno, com central multimídia e quadro de instrumentos digital. No Tracker, o para-choque foi reformulado e o interior recebeu materiais de melhor qualidade. Em breve, saberemos mais sobre os equipamentos.
Mecanicamente, o Onix continua com o motor 1.0 aspirado (82 cv) nas versões básicas e o 1.0 turbo, agora com 115 cv, nas versões mais completas. O 1.2 turbo, que chega a 133 cv, ainda é exclusividade do Tracker, que mantém a mesma transmissão automática de seis marchas.
A Chevrolet confirmou que a linha 2026 já sairá de fábrica com a nova correia e que a assistência técnica está atenta a monitorar tudo direitinho.
Essa mudança na correia é uma forma da GM tentar minimizar os problemas sem abandonar um sistema que, claramente, tem suas fraquezas. Contudo, para quem já tem modelos antigos, não há previsão de recall ou para que os problemas sejam tratados retroativamente.
Apesar da ampliação na garantia e dos novos fornecedores, a regra ainda é: fique atento à manutenção, troque o óleo nos prazos certinhos e não esqueça da especificação Dexos1 Gen2. Caso contrário, o risco de uma dor de cabeça ainda está por aí.