Caça F-35: rápido, invisível e com alto custo por unidade

Essa incrível máquina de guerra, o F-35 Lightning II, é considerada uma das mais avançadas do planeta. Mas, claro, toda essa tecnologia vem com um preço bastante elevado: cada unidade pode custar até R$ 1 bilhão. E só o desenvolvimento da aeronave custou mais de um trilhão de dólares. Mas o que faz o F-35 ser tão especial e caro? Vamos entender.
Primeiro, não se trata apenas de um avião comum, mas sim de um supercomputador voador. O F-35, produzido pela Lockheed Martin, é o caça de quinta geração mais moderno que existe. Esse incrível avião pode alcançar velocidades supersônicas de quase 2.000 km/h. E, se tem uma característica que o destaca, é sua capacidade de operar quase que invisivelmente nos radares inimigos, como se fosse um verdadeiro fantasma.
Como funciona a tecnologia “stealth” do F-35?
Quando falamos da “invisibilidade” do F-35, estamos nos referindo à tecnologia stealth. Isso não significa que o avião seja invisível a olho nu, mas sim que ele é projetado para ser difícil de detectar pelos radares. Essa tecnologia se baseia em dois aspectos principais: design e materiais.
Primeiramente, a fuselagem do F-35 tem ângulos e facetas específicas. Isso faz com que as ondas de radar sejam desviadas, em vez de refletirem de volta para os inimigos, diminuindo significativamente o "eco" do avião nos sistemas de detecção.
Depois, a aeronave é coberta por uma tinta especial chamada RAM (Radar-Absorbent Material), que absorve grande parte da energia das ondas de radar. Além disso, para manter sua forma furtiva, todas as armas e tanques de combustível são armazenados em compartimentos internos.
O que o capacete de R$ 2 milhões do F-35 realmente faz?
Se o F-35 é considerado o cérebro do sistema, o capacete é sua alma. Esse equipamento, que custa cerca de 400 mil dólares (mais de R$ 2 milhões), vai muito além de uma simples proteção. Ele atua como a interface central dos sistemas de combate e projeta informações vitais diretamente na viseira do piloto, como velocidade e altitudes.
Uma de suas funcionalidades mais impressionantes é o Sistema de Abertura Distribuída (DAS), que usa seis câmeras infravermelhas para captar tudo em 360 graus ao redor do avião. As imagens são costuradas em tempo real e exibidas na viseira do capacete. Assim, quando o piloto olhar para baixo, por exemplo, ele verá o solo abaixo da aeronave, como se o avião fosse transparente. Essa visão de “raio-x” oferece uma consciência situacional sem igual.
Por que o F-35 é um caça tão caro?
O preço do F-35 é resultado de uma combinação de fatores. Para começar, a tecnologia stealth é extremamente cara de desenvolver e manter. Os materiais utilizados e as tolerâncias de fabricação são tão rigorosos que elevam ainda mais seus custos. Além disso, o F-35 na verdade é três aviões em um só: F-35A (convencional), F-35B (de pouso e decolagem vertical) e F-35C (para porta-aviões). Essa complexidade aumenta o desafio e o custo do projeto.
No entanto, o maior responsável por esse preço exorbitante é seu software. O F-35 opera com mais de 8 milhões de linhas de código, conjuntando as informações de seus diferentes sensores em uma imagem única e coerente do campo de batalha. A manutenção e atualização constante desse “cérebro digital” representam uma parte considerável dos gastos do programa.
O F-35 já foi usado em combate real?
Sim! O F-35 fez sua estreia em combate em 2018, com a Força Aérea de Israel. Desde então, suas diversas variantes têm sido usadas em operações no Oriente Médio, especialmente na Síria e no Iraque.
Nessas missões, o foco não é o combate aéreo direto, mas sim utilizar sua capacidade stealth para ultrapassar defesas inimigas sem ser detectado, coletando inteligência e atacando alvos estratégicos quando necessário. Até agora, não há registro confirmando que um F-35 foi abatido em combate.
O futuro da aviação militar está se remodelando com a chegada de tecnologias como essas.