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PRIO adquire Campo de Tubarão Martelo e potencializa lucratividade

A trajetória do campo de Tubarão Martelo é uma das mais surpreendentes histórias de transformação do setor de petróleo e gás no Brasil. O que antes era um legado problemático do ex-empresário Eike Batista virou um ativo altamente lucrativo nas mãos da PRIO, a antiga PetroRio. Essa empresa realmente revirou a situação, usando o campo como alicerce para se tornar a maior companhia independente do setor no país.

Essa mudança de sorte se deveu a uma combinação de visão estratégica e soluções engenhosas em engenharia. A PRIO adquiriu o campo e sua plataforma num movimento esperto e, logo depois, implementou um projeto inovador que conectou a produção do Tubarão Martelo a um campo vizinho. Essa ação reduziu custos exorbitantes de aluguel, cortou os gastos de extração de forma drástica e deu nova vida a um ativo que enfrentava sérios desafios.

A origem conturbada, o legado da OGX de Eike Batista

Para entender como a PRIO chegou ao topo, é importante olhar para o passado. O campo de Tubarão Martelo foi descoberto em 2011 pela OGX, a ousada petroleira de Eike Batista. Na época, a OGX tinha realizado o maior IPO da história da bolsa brasileira, mas logo se tornou claro que suas promessas de produção não se materializaram.

Em 2013, a situação desmoronou e a OGX pediu recuperação judicial, acumulando dívidas de R$ 13 bilhões. Após um longo processo de reestruturação, a empresa se renomeou para Dommo Energia, segurando apenas um ativo significativo: a participação no campo de Tubarão Martelo. Embora o campo tivesse potencial, ele estava às voltas com uma gestão financeiramente instável.

A jogada da PRIO: comprando o campo de Tubarão Martelo

Enquanto muitos viam um grande risco, a PRIO enxergou uma oportunidade. A aquisição foi feita em duas etapas. Primeiro, em agosto de 2020, a PRIO comprou 80% do campo e 100% da plataforma FPSO OSX-3 por US$ 140 milhões. Ter a plataforma foi vital para eliminar custos de locação.

A segunda fase, ainda mais decisiva, aconteceu em 2022, quando a PRIO incorporou a Dommo Energia. Com isso, garantiu 100% dos resultados do campo e, além disso, acessou um crédito tributário de R$ 7 bilhões que pertencia à Dommo, abrindo espaço para uma estrutura financeira ainda mais otimizada.

O tie-back que economizou milhões

Um verdadeiro trunfo da PRIO foi o plano de ligação entre os campos de Tubarão Martelo e Polvo, que já era operado por eles. Ambos eram vizinhos, mas funcionavam de maneira independente, cada um utilizando sua própria plataforma. A solução foi fazer um “tie-back” submarino de 11 quilômetros, conectando os poços de Tubarão Martelo diretamente à plataforma do Campo de Polvo.

A obra começou e foi concluída em julho de 2021, levando apenas 11 meses e custando US$ 45 milhões. Os resultados vieram rapidamente: a PRIO conseguiu se livrar do FPSO alugado para Polvo, gerando uma economia anual de US$ 50 milhões. O investimento se pagou em menos de um ano, algo realmente impressionante no setor petrolífero.

O resultado da aposta: produção eficiente e custo de classe mundial

Combinando sinergia operacional e eficiência financeira, o campo de Tubarão Martelo se transformou. O custo de extração, um dos principais indicadores de eficiência, despencou para menos de US$ 12 por barril, posicionando-se entre os mais competitivos da indústria.

Com os custos sob controle, a produção estabilizou-se em torno de 15.000 a 16.000 barris de óleo por dia. Essa movimentação gerou um fluxo de caixa robusto, permitindo à PRIO não apenas prosperar, mas também se preparar para novas aquisições, como a do campo de Albacora Leste, solidificando sua posição como a maior e mais eficiente petroleira independente do Brasil.

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