ChatGPT e Gemini: como a disputa impacta o uso da IA

Em 2023, a inteligência artificial parecia ter um forte representante: o ChatGPT. Lançado em novembro de 2022, esse assistente da OpenAI rapidamente conquistou a atenção do público, alcançando um milhão de usuários em apenas cinco dias. Em janeiro de 2024, já era uma sensação global, especialmente após a chegada do GPT-4 e a parceria com o Copilot da Microsoft.
Conforme aponta o pesquisador Pablo Reyes Carreño, do laboratório Log-IA da Universidade de Salamanca, o ChatGPT não foi o primeiro, mas foi o que mostrou claramente como uma máquina pode criar textos que soam autoritários e coerentes.
Mas o Google não ficou para trás. Em 2023, lançou o Bard, que não teve muita repercussão. O verdadeiro destaque surgiu com o relançamento sob o nome Gemini, que trouxe funções inovadoras e tornou a competição mais acirrada.
Duas visões de futuro
Enquanto o ChatGPT se destaca como um assistente de texto prático, o Gemini tem a ambição de ser muito mais do que um simples chatbot. A proposta do Google é oferecer um assistente digital completo, capaz de buscar arquivos, agendar compromissos e até enviar e-mails ou lembretes, tudo isso de forma automática.
Desde junho de 2025, os usuários de Android podem programar suas rotinas diárias com o Gemini. Ele envia resumos de compromissos, sugere postagens para redes sociais e alerta sobre e-mails não lidos, tudo isso sem precisar que você repita os comandos. A inteligência artificial trabalha em segundo plano, facilitando a vida.
Juliana Castilho Araújo, embaixadora do programa Google Women Techmakers, ressalta que “a IA não só acelera tarefas, mas também redefine fluxos de trabalho, liberando espaço mental para criatividade e estratégia”.
Uma revolução invisível
Hoje, a inteligência artificial está presente em quase tudo: buscadores, e-mails, aplicativos de trabalho, smartphones. Pablo Reyes Carreño observa que “a questão não é mais o que as ferramentas podem fazer, mas o que estamos dispostos a permitir que elas façam por nós”.
De acordo com o Business Insider, o ChatGPT ainda lidera em popularidade. Em março de 2025, tinha 160 milhões de usuários ativos diariamente, enquanto o Gemini contava com 35 milhões. Mas esse número não conta toda a história.
Quando olhamos para o panorama geral, vemos que o Google Search já possui mais de 2 bilhões de usuários mensais. Com a IA do Google instalada nativamente nos celulares, é possível que o Gemini vá ganhando espaço de forma discreta, seguindo a mesma estratégia que garantiu o sucesso histórico do Chrome e do próprio Google Search.
Quem vai vencer?
De um lado, a OpenAI se aposta no crescimento orgânico, atraindo usuários pela experiência direta. Do outro, o Google utiliza a força do seu vasto ecossistema. Essa não é apenas uma disputa entre bots, mas uma batalha de filosofias: popularidade contra ubiquidade.
Maïder Tomasena, fundadora da primeira escola de copywriting em espanhol, afirma que “usar o ChatGPT hoje em dia não é opcional; é um atalho criativo indispensável para qualquer texto comercial”. Já o Gemini tem a proposta de trabalhar silenciosamente, fazendo as tarefas antes que você precise pedir ajuda.
Enquanto isso, a inteligência artificial continua avançando, moldando carreiras, transformando nossa forma de pensar e até redefinindo o que entendemos por “trabalho”.