Universidade brasileira é reconhecida entre as melhores do mundo

O Brasil está ganhando um destaque significativo na cena científica mundial. Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) conseguiu uma posição histórica entre as melhores instituições do planeta. Enquanto isso, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão fazendo descobertas importantes para o tratamento de doenças como Alzheimer e glaucoma. Isso mostra a força do nosso ecossistema acadêmico, que produz ciência de qualidade, reconhecida internacionalmente.
Como uma universidade brasileira chegou à elite mundial
A USP conquistou um lugar de prestígio no renomado ranking Times Higher Education (THE) 2025, figurando entre as 200 melhores universidades do mundo. É um feito inédito na última década! Além disso, no ranking QS 2026, a USP ocupa a 108ª posição global, superando mais de 90% das instituições avaliadas. A USP brilha especialmente em áreas como “Ciências da Vida e Medicina”, onde é a 47ª do mundo, e em "Rede Internacional de Pesquisa", na 76ª posição.
Esse reconhecimento não é isolado. Outras instituições, como a Unicamp e a própria UFRJ, garantem uma presença forte do Brasil nos rankings mundiais. Essa diversidade acadêmica cria um ambiente propício para pesquisas inovadoras e impactantes.
A descoberta da UFRJ que desafia a ciência
Na UFRJ, uma pesquisa revolucionária está mudando a forma como entendemos a doença de Alzheimer. Por muitos anos, a ciência acreditou que as placas de proteína beta-amiloide no cérebro eram a principal causa da doença. Porém, tratamentos que visavam remover essas placas não mostraram resultados significativos na reversão do declínio cognitivo.
Cientistas da UFRJ, em parceria com a USP, decidiram investigar outro aspecto: os astrócitos, células que antes eram vistas como meros coadjuvantes. A pesquisa, publicada na revista Aging Cell, focou em uma molécula chamada hevina, que estava em níveis muito baixos nos cérebros de pessoas com Alzheimer.
Em experimentos com camundongos, ao aumentarem os níveis de hevina no cérebro, os pesquisadores notaram resultados impressionantes: a memória dos animais foi restaurada. O mais interessante é que isso aconteceu sem qualquer alteração nas placas amiloides. A hevina parece atuar como um "reparador" das conexões neurais, fortalecendo as sinapses.
A UFRJ também inova na regeneração da visão contra o glaucoma
A UFRJ não para por aí. Outro grupo de pesquisadores está explorando novas possibilidades para o tratamento do glaucoma, uma doença que causa cegueira irreversível ao danificar neurônios da retina. A meta desse estudo é regenerar esses neurônios.
Em colaboração com o Instituto Max Planck da Alemanha, a pesquisa revelou que um fator de transcrição chamado Klf4 pode ajudar a reprogramar células da retina para que voltem a se transformar nas células ganglionares perdidas pelo glaucoma. Essa abordagem pode abrir portas para uma verdadeira revolução na oftalmologia, permitindo que a retina se repare sozinha.
O verdadeiro caminho para a “cura”
As descobertas da UFRJ são realmente promissoras, mas é importante entender o que significa "cura". A professora Flavia Gomes, que coordena a pesquisa sobre Alzheimer, explica que, embora os achados sejam significativos, eles representam apenas uma estratégia para conter a evolução da doença.
Da pesquisa em laboratório até um tratamento disponível para os pacientes, há um longo caminho a percorrer. Os estudos atuais são apenas um primeiro passo. O grande avanço é a validação de novas estratégias e alvos terapêuticos. Essas novas direções podem, um dia, levar a uma verdadeira cura.
O papel do investimento na ciência brasileira
Esses avanços científicos não acontecem do nada; eles dependem de um investimento firme e contínuo em ciência e tecnologia. O financiamento para pesquisa no Brasil enfrentou várias dificuldades ao longo dos anos.
Nesse contexto, o apoio de agências estaduais como a FAPERJ e a FAPESP tem sido fundamental para o sucesso dos projetos. As pesquisas da UFRJ foram possíveis graças a esse suporte. Para que a ciência brasileira continue a prosperar e a surpreender o mundo, é crucial que o investimento em pesquisa se torne uma política de estado estável de longo prazo. O futuro da ciência no Brasil depende disso.