Plebiscito popular vota sobre taxação dos super-ricos e escala 6×1

O Plebiscito Popular teve início nesta terça-feira (1º) com o objetivo de incentivar a população brasileira a votar em duas questões importantes para os trabalhadores: o fim da jornada de trabalho de seis dias e a taxação dos super-ricos. Essa mobilização é liderada por movimentos populares, centrais sindicais, partidos progressistas e outras entidades da sociedade civil, que buscam aumentar o debate público sobre temas que, segundo eles, têm enfrentado resistência no Congresso.
Uma cartilha foi lançada para explicar detalhadamente os principais pontos do plebiscito, que inclui informações sobre os dois temas em votação e orientações sobre como participa. O documento também traz sugestões para que grupos em todo o Brasil se mobilizem, promovendo atividades de conscientização política e engajamento na votação, que é voluntária. O período de votação irá até 7 de setembro, e os resultados devem ser divulgados em 6 de outubro. Para aumentar a adesão, mutirões de votação estão sendo organizados semanalmente.
Igor Felipe, representante da Comissão Executiva Nacional do Plebiscito, enfatizou que o foco é discutir as pautas relativas ao trabalho e à tributação. A votação é presencial e pode ocorrer em urnas físicas ou digitais, com a ajuda de voluntários em diversas localidades. A plataforma central do Plebiscito Popular oferece informações, um grupo de WhatsApp para interessados e a opção de cadastrar urnas para votação, que podem ser organizadas por indivíduos ou entidades.
Felipe destacou que o plebiscito visa além de simplesmente contar votos; busca mobilizar e unir a classe trabalhadora em reivindicações específicas. Segundo ele, a participação popular é crucial para pressionar o Congresso a avançar com as promessas do governo. Ele afirmou que o plebiscito questiona os interesses de uma minoria, como super-ricos e integrantes da alta esfera do Judiciário, em contraste com a perspectiva da direita que, segundo ele, busca cortar investimentos em áreas essenciais como saúde e educação.
O uso de plebiscitos populares por movimentos sociais remonta ao final dos anos 1990, tendo abordado questões como a dívida externa e a proposta de criação de uma nova Constituinte. Felipe apontou que, ao longo de 25 anos, essa metodologia se mostrou eficaz para reunir forças populares em torno de causas comuns.
### Redução da Jornada: Fim da Escala 6×1
Uma das propostas do plebiscito é a redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, além do fim da escala 6×1, que permite que as pessoas trabalhem seis dias seguidos com apenas um dia de folga. Esse tema ganhou destaque no ano passado, liderado pelo vereador Rick Azevedo, do PSOL. Igor Felipe ressaltou que o avanço tecnológico muitas vezes não foi utilizado em benefício dos trabalhadores, resultando em condições de trabalho mais extenuantes.
A escala 6×1 é considerada por muitos como um reflexo da precarização, onde os funcionários não têm controle sobre suas jornadas e sofrem com a pressão constante do trabalho, mesmo fora do expediente. O fim desse modelo é visto pelos trabalhadores como uma maneira de garantir um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
### Taxação Mais Justa: Imposto sobre os Ricos
A segunda questão do plebiscito trata da proposta de aumentar o Imposto de Renda para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês, ao mesmo tempo em que isentaria aqueles que recebem até R$ 5 mil. Igor Felipe criticou o fato de que os trabalhadores e as classes médias são os principais contribuintes, enquanto os super-ricos desfrutam de vantagens fiscais.
A proposta visa corrigir distorções no sistema tributário brasileiro, que, segundo ele, penaliza os menos favorecidos. A ideia é que as pessoas que ganham menos sejam menos sobrecarregadas, enquanto aquelas com maiores rendimentos contribuam de maneira proporcional.
Felipe também espera que o plebiscito sirva para pressionar o Congresso a favor dos interesses dos trabalhadores, considerando que essa casa pode ter um poder desproporcional em relação ao Executivo. Para ele, essa ação pode sinalizar um novo capítulo nas lutas da classe trabalhadora.
Essa campanha é uma oportunidade para que a população se envolva em questões que afetam diretamente seu dia a dia, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo.