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Submarino nuclear britânico colide com barco pesqueiro na Escócia

A calmo mar do oeste da Escócia, na madrugada de 22 de novembro de 1990, foi abruptamente interrompido por um incidente trágico. Um submarino nuclear britânico, que estava em um exercício, colidiu com as redes do pesqueiro Antares. Esse barco de pesca, operando ao lado de outros, desapareceu em poucos minutos, levando quatro pescadores consigo.

Aquilo que parecia uma noite comum de pesca virou um pesadelo. O Antares foi encontrado horas depois, de cabeça para baixo, a mais de 140 metros de profundidade, com seu casco intacto. A investigação revelou que a combinação das redes de arrasto e do submarino foi suficiente para puxar a embarcação para o fundo do mar.

Quem estava no mar e por que a rotina parecia segura

Naquela época, a vila dependia das marés para sua sobrevivência. O Antares, um barco de madeira de cerca de 15 metros, partiu ao entardecer, acompanhado de outros barcos de pesca. Essa era uma prática comum entre os pescadores — um verdadeiro trabalho em equipe.

A visibilidade estava ótima, o mar calmo e as luzes de navegação faróis eram facilmente avistadas. Nada indicava um perigo iminente. A tripulação era experiente, com dois homens em vigilância e dois descansando, enquanto as redes eram lançadas em águas profundas.

Por volta das 2 da manhã, ainda havia comunicação visual entre os barcos. Mas meia hora depois, o Antares simplesmente sumiu. O silêncio do desaparecimento, sem pedidos de socorro ou alertas de rádio, tornou o episódio ainda mais angustiante.

Onde o exercício naval encontrou a pesca artesanal

Na mesma madrugada, um submarino britânico participava de um treinamento avançado, manobrando em superfície baixa. O objetivo era aprimorar a sutileza na navegação e evitar ser detectado — uma tarefa que exige bastante atenção.

Por volta das 2h17, a tripulação do submarino ouviu ruídos metálicos e rasgos, seguidos de um breve som de hélice. O submarino mergulhou para investigar e acabou avistando outras traineiras operando normalmente. Entretanto, partes da rede estavam presas ao casco. Inicialmente, pensaram que o incidente não seria sério, e essa impressão errada atrasou a percepção do que realmente havia ocorrido.

Como a evidência submersa revelou o que ocorreu

Ao amanhecer, a costa estava agitada. Caixas de peixe, manchas de óleo na superfície e pedaços de rede flutuavam, o que levou a Guarda Costeira a isolar a área. Usando sonar, descobriram uma estrutura não mapeada no fundo do mar: era o Antares, invertido e intacto. Três corpos foram recuperados rapidamente, enquanto o quarto só foi encontrado meses depois.

O fato de o casco não apresentar danos significativos indicou que o barco havia afundado por arraste e não por uma colisão violenta. A combinação de redes, lastro e a manobra do submarino em baixa profundidade explicam a rapidez do acidente, que não deixou espaço para reações.

Por que decisões em minutos pesaram por décadas

Após avaliar a situação, a tripulação do submarino achou que as traineiras estavam seguras. O tempo de resposta ficou mais longo e o desaparecimento do Antares foi reportado horas depois, intensificando a tragédia para a comunidade.

O relatório oficial reconheceu que a operação naval deveria ter dividido melhor a área da pesca. O caso virou um marco para procedimentos de coordenação entre atividades militares e civis, estabelecendo regras mais rigorosas sobre avisos e delimitações quando submarinos operam perto de barcos de pesca.

Impactos humanos, memoriais e um legado operacional

A vila ficou em choque. Os nomes dos quatro pescadores se tornaram parte da memória coletiva, gravados em uma placa na orla do porto no ano seguinte. O casco do Antares foi recuperado, restaurado e exposto em um museu, até ser retirado e sucateado anos depois.

Esse trágico incidente marcou a relação entre a pesca artesanal e as operações militares aquáticas. O submarino envolvido continuou sua operação por muitos anos, só sendo desativado depois. Entretanto, outros relatos mostraram que acidentes semelhantes aconteceram em várias partes do mundo, gerando um número significativo de vítimas, reiterando a importância de um planejamento eficaz e de uma comunicação clara para evitar novas tragédias.

Esse episódio destacou a importância de manejar áreas compartilhadas, conciliando a segurança e o sigilo operacional. Operar submarinos próximos a embarcações de pesca artesanal requer cuidados especiais e uma comunicação eficiente para garantir a segurança de todos no mar.

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