Mulher emagrece 120 quilos em seis meses antes da bariátrica

Internada há seis meses no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), no Rio de Janeiro, Viviane da Silva Moreira está vivendo uma verdadeira transformação. Ela surpreendeu a equipe médica ao perder 120 quilos enquanto aguarda a cirurgia bariátrica. O IEDE é o único hospital público do estado com foco em obesidade extrema, oferecendo uma estrutura adaptada para receber pacientes que enfrentam sérias limitações de mobilidade.
Antes de chegar ao hospital, Viviane era completamente dependente dos filhos para realizar tarefas cotidianas, como levantar da cama ou tomar banho. Agora, mas está aprendendo a cada dia a redescobrir sua autonomia e, principalmente, a sua esperança.
O tratamento que vai além da cirurgia
O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia é reconhecido nacionalmente no atendimento a pessoas com obesidade grave. Para garantir segurança e conforto, o hospital conta com leitos, ambulatórios e equipamentos adaptados, como cadeiras especiais e fitas métricas sob medida.
Dos 15 leitos disponíveis, sete são adaptados para obesos mórbidos, e uma equipe multidisciplinar acompanha os pacientes, incluindo nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais e fisioterapeutas. O foco do tratamento não é apenas o emagrecimento, mas também a recuperação da autoestima e qualidade de vida.
A rápida perda de peso de pacientes como Viviane resulta de um processo contínuo de reeducação alimentar, fisioterapia e suporte emocional. O médico Rafael da Costa, coordenador do setor, ressalta que “o tratamento é para a vida toda”.
A história de Viviane: de 300 quilos à superação
Viviane chegou ao IEDE pesando mais de 300 quilos, debilitada e sem conseguir se locomover. Hoje, após seis meses de internação, ela compartilha com alegria as mudanças tanto físicas quanto emocionais. “Eu cheguei sem esperança, achando que não ia mais conseguir viver. Agora vejo que estou vencendo”, revela emocionada.
Mesmo saudosa dos filhos e da rotina familiar, ela passa a valorizar o momento que está vivendo. “Queria ir embora, mas quando olho minha evolução, penso que não quero desistir. Eu vou vencer”, afirma determinada. A cirurgia bariátrica, que está por vir, representa um próximo passo em uma jornada transformadora.
Outras histórias que inspiram: o caso de Gláucia
Viviane não está sozinha. A dona de casa Gláucia Silva também está internada no IEDE e conseguiu passar de 330 para 147 quilos. A transformação foi tão significativa que Gláucia agora pode cuidar da família e realizar tarefas sozinha. “Antes eu não tinha vida. Não andava, não saía do quarto. Hoje posso tomar banho sozinha”, conta.
Aos 42 anos, ela se mantém firme na busca por uma vida mais saudável. Para Gláucia, o verdadeiro sucesso vai além do emagrecimento; é sobre a mudança mental e emocional que o tratamento propicia. “A transformação precisa começar na mente e no coração”, afirma.
Um trabalho de equipe e de propósito
O IEDE realiza cerca de mil atendimentos por mês apenas na área de endocrinologia. Aproximadamente 400 pacientes têm acompanhamento integral de uma equipe multidisciplinar. Mais de 250 pessoas com obesidade de graus 4 e 5 estão em tratamento contínuo na unidade.
Cada progresso é cuidadosamente monitorado por profissionais que veem o tratamento como uma reconstrução de vidas. Vale lembrar que nem todos os pacientes são candidatos à cirurgia bariátrica, e o emagrecimento sustentável demanda uma reeducação e suporte emocional constante.
A história de Viviane é um reflexo da luta de milhares de brasileiros que enfrentam a obesidade grave e encontram no sistema público a chance de recomeçar. Mais do que preparar o corpo para a cirurgia, o tratamento traz de volta dignidade, movimento e esperança.