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Assembleia Geral da ONU: entenda seu funcionamento e pautas brasileiras

A Assembleia Geral da ONU, que completou sua 80ª edição, se tornou o espaço ideal para discutir as questões que mais afligem o mundo. Em meio a um cenário cheio de conflitos, tensões comerciais e discussões políticas, todos os 193 países-membros se reúnem em Nova York, onde vale a regra “um país, um voto”. Essa diversidade de vozes é fundamental para a diplomacia internacional.

Este ano, a cúpula começou no dia 9 de setembro e o ponto alto será a partir do dia 23, com o Debate Geral, quando os líderes de nações se apresentam. Tradicionalmente, o Brasil abre essa série de discursos, marcando seu espaço na conversa global.

O que é a Assembleia Geral da ONU

A Assembleia Geral foi criada em 1945 e é o coração das Nações Unidas. Diferente do Conselho de Segurança, onde alguns países têm poder de veto, na Assembleia todos têm o mesmo peso nas votações. Embora as resoluções não sejam obrigatórias, elas servem como um guia moral e político para o mundo.

Esse espaço é especialmente importante para países em desenvolvimento, que frequentemente não têm a mesma visibilidade em outras esferas. O Brasil, por exemplo, aproveita essa plataforma para reforçar suas posições sobre temas como soberania, meio ambiente e cooperação internacional.

Temas em discussão em 2025

A tabela de temas discutidos na Assembleia é bem diversificada. Questões políticas, econômicas, ambientais e sociais fazem parte do escopo. Além do Debate Geral, existem sessões dedicadas a tópicos como mudanças climáticas e progresso em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Este ano, o Brasil discutirá questões como o reconhecimento do Estado palestino e preparativos para a COP30, que ocorrerá em Belém, além de um Diálogo Internacional sobre governança da inteligência artificial.

Esses assuntos destacam a necessidade urgente de abordar conflitos imediatos e transformações tecnológicas que terão impacto no futuro.

Assembleia sob pressão internacional

A Assembleia Geral não ocorre em vácuo. Em 2025, as discussões serão influenciadas por conflitos como a guerra na Ucrânia e os ataques em Gaza, além das tensões comerciais, especialmente com os Estados Unidos adotando medidas protecionistas. Esses fatores tornam a busca por consenso um desafio.

Adicionalmente, a ascensão da China e suas alianças, moldadas pela Nova Rota da Seda, também afetarão o ambiente das discussões, enquanto os EUA têm se mostrado mais reservados nas dinâmicas multilaterais.

Quem comanda os trabalhos

Anualmente, um presidente é escolhido para liderar a Assembleia, respeitando a rotação entre regiões do mundo. Em 2025, a presidência fica com Annalena Baerbock, ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha. Seu papel é organizar o cronograma das sessões e garantir que todos os países tenham seu espaço para se manifestar.

Por que o Brasil abre os discursos

O Brasil tem um papel de destaque ao abrir o Debate Geral desde 1947. Essa tradição foi se solidificando e se transformou em um símbolo diplomático do país, permitindo que ele apresente suas prioridades antes das grandes potências. Neste ano, espera-se que Lula critique sanções unilaterais e a pressão externa, além de defender a reforma da governança internacional. Após o discurso brasileiro, será a vez dos Estados Unidos falarem, seguindo a tradição.

Qual o peso das resoluções

Ainda que as resoluções da Assembleia Geral não sejam legalmente vinculativas, elas estabelecem padrões que influenciam a política internacional. Muitas vezes, essas decisões são o primeiro passo para negociações futuras que podem se tornar tratados mais formais. Mesmo sem força legal, as resoluções mostram a posição de cada país e podem pressionar a opinião pública a influenciar governos.

A Assembleia Geral da ONU continua sendo um dos maiores palcos da política internacional, permitindo que todas as nações se manifestem em igualdade, apesar das limitações. Para o Brasil, abrir os discursos é uma forma de reafirmar seu papel como mediador e manter sua relevância em tempos tão instáveis.

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