Telescópios detectam anomalia em objeto que vem ao Sistema Solar

Praticamente dois meses após ser descoberto, o cometa 3I/ATLAS continua atraindo a atenção de cientistas ao redor do planeta. Sua natureza peculiar e algumas características distintas estão deixando todo mundo curioso.
Recentemente, o cometa, que está cruzando o Sistema Solar, surpreendeu os especialistas por seu comportamento inusitado. Observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble revelaram que o 3I/ATLAS apresenta uma espécie de “anticauda”, que expeliu poeira em direção ao Sol. Informações sobre isso foram publicadas em um estudo em revisões no repositório arXiv.
Esse detalhe intrigou os cientistas, já que, na maioria dos cometas, o material é empurrado para longe do Sol devido ao vento solar, formando aquelas caudas brilhantes que vemos nas imagens. As hipóteses para explicar a anticauda do 3I/ATLAS são duas. A primeira sugere que o cometa pode estar girando de um jeito que um dos polos sempre fica voltado para o Sol, enquanto o outro permanece na sombra. A segunda hipótese fala sobre mudanças na superfície do cometa, causadas por radiação e partículas do espaço ao longo do tempo.
Embora ambas as teorias sejam boas para explicar a ausência da famosa cauda, a ideia de que o cometa é muito mais antigo que o Sistema Solar parece ser a mais fundamentada. Isso poderia justificar as alterações que ele sofreu.
Velocidade de objeto interestelar também impressionou astrônomos
Além de suas peculiaridades, o tamanho do 3I/ATLAS, com cerca de 11,2 quilômetros de diâmetro, já havia impressionado especialistas, conforme observado pelo Observatório Vera C. Rubin. Mas o que realmente deixou os astrônomos de queixo caído foi sua velocidade.
Viajando a 58 quilômetros por segundo, o cometa está se movendo mais rápido do que outros objetos que já foram observados, como o asteroide ‘Oumuamua, descoberto em 2017, e o cometa 2I/Borisov, que apareceu em 2019.
O 3I/ATLAS deve ser visível da Terra até o próximo mês, mas, em seguida, ele desaparecerá atrás do Sol. A maior aproximação ocorrerá a impressionantes 210 milhões de quilômetros de nós no dia 30 de outubro. Após isso, ele deve voltar a aparecer em dezembro, dando mais uma chance para que possamos observá-lo com atenção.