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Proa do Titanic desmorona após 112 anos: entenda as causas

Em agosto de 2024, novas imagens da RMS Titanic, Inc. mostraram que parte da grade da proa do Titanic, que tem aproximadamente 4,5 metros, desmoronou. Esse colapso é um lembrete importante de como os destroços do famoso navio, que afundou há mais de um século, continuam a se deteriorar.

O Titanic afundou em 15 de abril de 1912, após colidir com um iceberg no Atlântico Norte, resultando na morte de cerca de 1.500 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Desde então, o trágico desfecho do navio gerou uma infinidade de discussões sobre a preservação e a exploração desse local icônico.

A descoberta dos destroços em 1985

Por 73 anos, a localização do Titanic permaneceu em mistério, apesar de inúmeras tentativas de encontrá-lo. Esse enigma foi resolvido em 1º de setembro de 1985, quando o oceanógrafo americano Robert Ballard e sua equipe localizaram uma de suas caldeiras. Essa descoberta foi marcante, e anos depois revelaram que Ballard estava em uma missão secreta relacionada à Guerra Fria, visando submarinos nucleares afundados.

Primeiras imagens e o início das polêmicas

Em 1987, a Titanic Ventures Limited Partnership, que mais tarde se tornaria a RMS Titanic, Inc., iniciou a recuperação de artefatos do navio, retirando cerca de 1.800 itens em parceria com o instituto oceanográfico francês IFREMER. No entanto, essa prática gerou críticas. Em 1997, o Congresso Internacional de Museus Marítimos denunciou a empresa, afirmando que ela não estava preservando adequadamente os destroços e os objetos encontrados.

O lançamento do filme “Titanic”, de James Cameron, no mesmo ano, aumentou ainda mais o interesse do público sobre a história do navio e seu trágico destino.

Turismo subaquático cresce

A partir de 1998, empresas começou a oferecer pacotes para explorar o Titanic em submersíveis. Uma dessas empresas, a Deep Ocean Expeditions, chegava a cobrar cerca de R$177 mil por ingresso. Tentativas da RMS Titanic de barrar essas atividades judicialmente acabaram em derrota.

O turismo subaquático trouxe até casais em busca de experiências únicas; em 2001, um americano se casou a poucos metros do Titanic. Apesar das críticas de conservacionistas, os mergulhos turísticos continuaram até 2012, quando a Deep Ocean decidiu encerrar suas excursões.

O que está destruindo o Titanic

Uma parceria estabelecida em 2010 entre a RMS Titanic e o Woods Hole Oceanographic Institute fez um mapeamento arqueológico dos destroços. O resultado foi alarmante, mostrando que a deterioração do navio é causada por duas forças principais. A primeira é natural, envolvendo microrganismos que se alimentam do metal e o corroem. A segunda é humana, onde a movimentação provocada por submersíveis e turistas acaba por acelerar essa deterioração.

As previsões sobre a durabilidade da proa variavam, mas o colapso de 2024 confirmou as estimativas mais pessimistas.

Proteção da Unesco e impasses legais

Em 2012, no centenário do naufrágio, o Titanic passou a ser protegido pela Convenção da Unesco sobre o Patrimônio Cultural Subaquático. Contudo, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá não ratificaram essa convenção, o que perpetua disputas sobre direitos de resgate e turismo.

Em 2016, a RMS Titanic pediu falência, o que trouxe incertezas sobre o futuro de cerca de 5.500 artefatos recuperados. Esses itens foram vendidos a fundos de hedge em 2018 por 19,5 milhões de dólares, mesmo com o interesse de vários museus pelo acervo.

Tragédia recente reacende debate

O turismo ao Titanic, embora lucrativo, passou a ser ainda mais polêmico após um acidente trágico. Em junho de 2023, um submersível da OceanGate Expeditions implodiu durante uma expedição, resultando na morte de cinco pessoas. Essa tragédia levantou novamente questões sobre a segurança das atividades turísticas em relação à preservação do local.

Apesar de tudo, o fascínio pelo Titanic não cessa. Menos de um ano após o acidente, um bilionário americano anunciou planos para visitar os destroços em seu próprio submersível.

Réplica digital preserva detalhes perdidos

Em 2023, cientistas apresentaram uma réplica digital do Titanic. Esse modelo detalha com precisão o estado atual dos destroços e conserva informações sobre partes do navio que já não existem mais, como a famosa grade da proa. Essa iniciativa é uma maneira de manter viva a memória do Titanic, mesmo com a deterioração contínua.

Um futuro incerto para o Titanic

O desabamento da grade da proa confirma previsões de longa data sobre a fragilidade do navio. O Titanic segue sendo um símbolo de exploração, história e desafios econômicos, atraindo interesses diversos e controversos. Mesmo após mais de um século, sua história continua a encantar e a gerar debates acalorados, misturando emoção e intriga.

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