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Petrobras explora petróleo na Costa do Marfim como novo pré-sal

Em um momento que marca seu retorno ao cenário global, a Petrobras está de olho na Costa do Marfim para explorar petróleo. Em junho de 2025, a estatal brasileira anunciou o início de negociações exclusivas para adquirir os direitos de exploração em nove blocos em águas profundas na costa do país africano. Essa posição não é só uma estratégia econômica, mas um passo importante para garantir o futuro da empresa, com foco na descoberta de novas reservas de petróleo e gás.

A escolha pela África Ocidental foi estratégica. A região é considerada uma "fronteira espelho" do Brasil. Isso acontece porque suas características geológicas são muito semelhantes às do pré-sal brasileiro. Após um período focado em desinvestimentos e produção interna, a Petrobras, agora sob nova gestão, retoma o olhar para o Ocidente, buscando ampliação de suas reservas.

A vantagem técnica do Brasil e como a Petrobras busca petróleo na Costa do Marfim

A geologia é o principal atrativo para a Petrobras. As bacias marítimas da Costa do Marfim e do Sudeste do Brasil compartilham uma origem comum, resultante da separação do antigo supercontinente Gondwana. Essa história antiga faz com que o potencial de encontrar grandes Reservatórios de petróleo seja bastante elevado.

Para a Petrobras, essa similaridade representa uma enorme vantagem competitiva. A empresa pode aplicar toda a sua experiência técnica e tecnologia desenvolvidas no pré-sal brasileiro em novas áreas. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que o conhecimento adquirido no Atlântico Sul será vital para alcançar sucesso "do outro lado do oceano", ajudando a minimizar riscos e custos na exploração.

O que a Petrobras vai explorar? Os 9 blocos em negociação

A Petrobras começou essa jornada com a apresentação de uma declaração de interesse ao governo da Costa do Marfim. O Conselho de Ministros do país rapidamente aprovou isso, garantindo à estatal brasileira o direito de negociar com exclusividade os contratos para explorar e produzir em nove blocos offshore.

Essa negociação exclusiva é crucial, pois impede que concorrentes entrem no jogo enquanto os termos finais estão sendo definidos. Os blocos estão situados na parte ocidental da bacia sedimentar da Costa do Marfim, uma área considerada uma nova fronteira exploratória, com muito potencial e ainda pouco investida.

A necessidade de diversificar para além do pré-sal

A razão por trás do interesse da Petrobras pela Costa do Marfim é dupla: estratégica e urgente. Embora os campos do pré-sal brasileiro sejam muito produtivos, projeções indicam que eles enfrentarão um declínio natural na próxima década. Para garantir a sustentabilidade a longo prazo, é fundamental que novos fontes de petróleo e gás sejam encontradas.

Além disso, a expansão internacional é uma forma de diversificar riscos. A empresa tem enfrentado desafios para obter licenças ambientais em áreas promissoras no Brasil, como a Margem Equatorial. Dessa forma, investir fora do país é uma maneira de assegurar que o futuro da empresa não dependa de uma única região. Esse movimento reverte a política dos últimos anos, que foi marcada pela venda de ativos internacionais em prol de um foco maior no Brasil.

A expansão em xeque, as críticas de ambientalistas

A nova estratégia de expansão da Petrobras não está isenta de polêmicas. O foco em buscar novas fronteiras em um momento de discussão global sobre a crise climática gerou críticas de organizações ambientalistas.

Esses grupos questionam o sentido de investir tantos recursos na busca por mais petróleo, ao invés de acelerar a transição para energias renováveis. Em resposta, a Petrobras argumenta que a exploração é essencial para garantir a segurança energética durante essa transição e confia em sua capacidade técnica para realizar as operações de forma responsável, minimizando os impactos ambientais.

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