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Negócio de Elon Musk pode gerar até US$ 30 mil anuais com táxis autônomos

A visão de ter um carro que trabalha sozinho como um táxi é, sem dúvida, tentadora. Imagine só: você compra um Tesla, e enquanto descansa em casa, ele sai pelas ruas gerando uma renda extra. Esse é o novo projeto de Elon Musk, que promete transformar a forma como pensamos sobre mobilidade e, quem sabe, fazer do carro um bem que se paga.

Porém, a realidade do que é possível hoje é bem diferente dessa ideia brilhante. Uma análise cuidadosa da tecnologia da Tesla e de um programa piloto recente de robotáxis, que começou em junho de 2025, mostra que ainda estamos longe de alcançar essa utopia autônoma.

A promessa: um carro 100% autônomo que gera renda

A ideia de uma rede de táxis autônomos foi proposta por Elon Musk em 2019. Ele imaginou que qualquer pessoa com um Tesla equipado com o software de direção autônoma (Full Self-Driving – FSD) poderia colocar seu carro para trabalhar, desafiando empresas como Uber e Lyft.

Musk chegou a mencionar que essa tecnologia poderia transformar os veículos da Tesla em “ativos que se valorizam”, com possibilidade de lucro de até US$ 30.000 por ano por proprietário. Essa narrativa é fundamental para posicionar a Tesla não apenas como uma montadora, mas como uma empresa de tecnologia inovadora.

O que é o “Full Self-Driving” (FSD) hoje?

Apesar das promessas, a tecnologia atual ainda enfrenta muitos desafios. O sistema “Full Self-Driving”, disponível atualmente, é classificado como um sistema de assistência ao motorista de Nível 2. Isso significa que, embora o carro tenha algumas funções autônomas, o motorista deve manter as mãos no volante e estar sempre alerta, pronto para intervir.

O projeto da Tesla de usar apenas câmeras para alcançar a autonomia plena é polêmico e diferenciado. Muitas empresas concorrentes utilizam uma combinação de sensores, como LiDAR e radar, para garantir mais segurança.

A primeira grande demonstração desse novo modelo de negócio aconteceu em 22 de junho de 2025, em Austin, Texas. Porém, o que se viu não correspondeu à expectativa. A frota de testes contava com apenas 10 a 20 carros que operavam em áreas restritas, e sempre com um monitor humano a bordo para qualquer eventualidade.

E mesmo com supervisão, alguns episódios geraram preocupação, como um robotáxi dirigindo na contramão, o que levou a NHTSA a investigar o programa. Esses incidentes mostram que há um longo caminho a percorrer antes de garantir a segurança nas ruas.

A conta que (ainda) não fecha: os custos de transformar seu carro em um táxi

Se tornar um proprietário de táxi autônomo parece empolgante, mas também vem com um pacote de custos e incertezas. A prática, por enquanto, é mais teórica do que viável.

Seguro: Um seguro convencional não cobre o uso comercial. O proprietário precisa de uma apólice específica, que será consideravelmente mais cara, e para o uso de um carro autônomo, seu valor é desconhecido.

Manutenção: Um veículo que roda 160.000 km por ano enfrenta um desgaste muito maior. Isso significa mais gastos com manutenção, como troca de pneus e freios com frequência.

Taxa da Tesla: A empresa retém uma parte significativa da receita com corridas, entre 20% e 30%.

Limpeza e Logística: Manter o carro limpo após cada corrida e gerenciar problemas durante as operações se tornam tarefas complexas para um proprietário individual.

Por que a promessa do robotáxi é tão importante para a Tesla?

Apesar dos desafios, a ideia de um robotáxi é crucial para a Tesla. Ela ajuda a justificar a alta avaliação da empresa no mercado financeiro, que a vê mais como uma tecnologia de ponta do que como uma fabricante de carros.

No entanto, a verdade é que essa inovação está apenas no início. A tecnologia ainda não está madura, o modelo de negócio não se sustenta financeiramente para o cidadão comum e as questões legais, especialmente no Brasil, ainda representam um obstáculo significativo. O caminho para a realização dessa visão, embora revolucionária, será longo e cheio de dificuldades.

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