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Magnata chinês investe US$ 155 milhões em réplica do Titanic

Quando o magnata chinês Su Shaojun anunciou em 2012 que iria construir uma réplica em tamanho real do Titanic, muitos ficaram empolgados. A ideia era que esse projeto fizesse parte de um parque temático na província de Sichuan e prometia atrair turistas do mundo todo. A réplica teria as mesmas dimensões do navio original: 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 46 mil toneladas. Os visitantes poderiam passar a noite a bordo, jantar em salões luxuosos, caminhar pelos conveses e reviver a experiência de 1912, tudo isso em segurança, já que o navio seria fixo em terra.

Infelizmente, o que começou como um sonho ousado se tornou um dos projetos mais controversos da China. Vamos conhecer o Romandisea Titanic!

Milhões gastos e uma década de atrasos

O investimento inicial girava em torno de US$ 155 milhões. Equipes de engenheiros e construtoras se mobilizaram para erguer o casco e instalar equipamentos que recriassem fielmente o interior do Titanic. Porém, a obra enfrentou atrasos constantes, mudanças de cronograma e problemas financeiros. O prazo que previa a inauguração em 2016 foi se estendendo indefinidamente.

Agora, em 2023, mais de 10 anos depois do início, a réplica ainda está inacabada. Fotos recentes mostram o casco enferrujado e estruturas abandonadas, parecendo mais com um navio deixado de lado do que com uma atração turística.

As críticas e a polêmica do Romandisea Titanic

Desde o início, o projeto enfrentou críticas. Muitos argumentam que transformar uma tragédia histórica em atração turística poderia banalizar a memória das mais de 1.500 vítimas do naufrágio de 1912. É um dilema interessante: o Titanic simbolizava luxo e modernidade no início do século XX, mas a versão chinesa acabou se tornando um exemplo de atraso e desperdício.

Além disso, especialistas em turismo levantam questões sobre a viabilidade comercial da atração. Localizada em uma região isolada e sem tradição turística, o parque pode ter dificuldades para atrair visitantes internacionais em um número que justifique o investimento.

Titanic em terra firme: um conceito curioso

Ao contrário do Titanic II — um projeto de um navio totalmente navegável que também enfrentou atrasos — a réplica em Sichuan seria fixa em terra, às margens do rio Qijiang, na cidade de Suining. A ideia era criar uma experiência de hotel de luxo e parque temático, com capacidade para receber até 2.400 visitantes ao mesmo tempo, além de restaurantes, museus e simulações do famoso naufrágio.

Contudo, as promessas não se concretizaram. O que se vê atualmente é um casco metálico corroído, cercado por guindastes parados e obras abandonadas.

A repercussão internacional

A imprensa mundial noticiou o insucesso do projeto como um exemplo de megainvestimentos chineses que não entregaram resultados. Jornais britânicos e americanos apelidaram a réplica de “Titanic do fracasso”. Para muitos, a história serve como uma metáfora: enquanto o Titanic original afundou em sua viagem inaugural, a réplica chinesa nunca saiu da doca e agora parece fadada ao abandono.

O futuro incerto da réplica

Atualmente, os investidores afirmam que ainda têm a intenção de concluir a obra e abrir a atração ao público, mas especialistas estão céticos. Os custos de restauração após tantos anos de abandono podem superar o investimento inicial.

Além disso, a pandemia de Covid-19 afetou seriamente o setor de turismo, complicando ainda mais a viabilidade do projeto. Hoje, a réplica do Titanic em Sichuan parece mais um monumento ao desperdício do que a atração de luxo que um dia foi sonhada.

Um Titanic que nunca zarpou

A saga da réplica chinesa do Titanic é marcada por números impressionantes: mais de uma década de obras, milhões de dólares investidos, prazos estourados e nenhuma inauguração. O que poderia ser uma atração turística épica acabou se transformando em um símbolo de promessas não cumpridas. Assim como o Titanic original, que era considerado “inafundável,” a réplica chinesa afundou antes mesmo de sair do lugar.

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