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Jericó: a cidade antiga com 12 mil anos de história e mistérios

Jericó é um lugar fascinante. Enquanto cidades brasileiras, como Palmas, têm pouco mais de 30 anos, essa pequena cidade no Oriente Médio carrega uma bagagem de 12 mil anos de história. Localizada na Cisjordânia, perto do Rio Jordão e do Mar Morto, é reconhecida como a cidade mais antiga do mundo com ocupação contínua.

A presença humana em Jericó começa lá em 10.000 a.C., quando já havia muros de pedra e estruturas urbanas, muito antes da humanidade se tornar sedentária e deixar de viver em pequenos grupos nômades. Além de ser um marco histórico e cultural, Jericó é palco de conflitos contemporâneos, resultado de uma longa disputa política entre Israel e Palestina.

Jericó: Um tesouro para a arqueologia

Essa cidade é um verdadeiro objeto de estudo para arqueólogos. Situada a cerca de 260 metros abaixo do nível do mar, seus vestígios evocam a vida de povos antigos, com registros de ocupação que datam de 12 mil anos. Durante escavações, foram descobertas muralhas, torres de pedras e ferramentas primárias, que mostram um nível de organização urbana impressionante para a época do neolítico.

Um dos achados mais notáveis é uma torre circular de mais de 8 metros de altura, datada de aproximadamente 8.300 a.C.. Essa estrutura é um testemunho da complexidade social que havia na região.

História marcada por guerras e resistência

Jericó tem uma história rica, mas, ao mesmo tempo, cheia de conflitos. Desde sua fundação, a cidade resistiu a várias guerras e disputas territoriais ao longo dos séculos. As camadas de construções revelam as diversas civilizações que por ali passaram, cada uma deixando seu legado.

Um ponto curioso é que, apesar de tantas destruições, Jericó nunca foi totalmente abandonada. Sua posição geográfica, próxima a rios e terras férteis, contribuiu para essa resistência, tornando-a um ponto estratégico na região.

Curiosidades que fazem Jericó se destacar

Além de sua longa história, Jericó é citada em textos religiosos importantes, tanto na Bíblia quanto no Alcorão. Um relato famoso diz que as muralhas da cidade caíram ao som de trombetas, narrado no Livro de Josué.

Hoje, Jericó atrai turistas do mundo todo. Muitos relatam a sensação de viajar no tempo, ao caminhar por ruas que foram trilhas para civilizações que se desenvolveram muito antes de impérios como o Romano ou o Babilônico.

A realidade atual: guerra e ocupação

Porém, nem tudo são flores. Desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Jericó, assim como grande parte da Cisjordânia, está sob controle militar de Israel. Isso trouxe tensões e várias denúncias de violação dos direitos humanos.

A cidade faz parte da chamada Área A, administrada pela Autoridade Nacional Palestina, mas seu entorno é cercado por postos de controle militar e assentamentos israelenses. Muitas dessas ocupações são consideradas ilegais pelas Nações Unidas.

A história viva entre ruínas e conflitos

Jericó é um exemplo de contradições: representa tanto o berço da vida urbana quanto as cicatrizes abertas pelos conflitos dos dias de hoje. Sua história destaca que a vida é feita não apenas de conquistas, mas também de resistência.

Para os estudiosos, Jericó é mais do que um conjunto de ruínas; é um símbolo da evolução humana e da luta por espaço, cultura e identidade. Para o povo palestino, é um ícone de esperança e perseverança em uma luta que ainda continua.

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