Idade do cérebro e sua influência na longevidade

Pesquisadores da Universidade Stanford desenvolveram um “relógio biológico” que promete medir como o corpo vai se deteriorando com o tempo. Esse estudo é baseado nas inflamações, que revelam como nosso sistema imunológico protege a saúde.
Em uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, os cientistas falam sobre um avanço incrível trazido por um biomarcador, que consegue avaliar não só os órgãos do corpo, mas também várias doenças. O professor Tony Wyss-Coray, que lidera a Iniciativa Knight em Stanford, está à frente dessa inovação.
A relação natural
Os órgãos do corpo envelhecem de maneiras diferentes, e entender isso nos ajuda a mensurar a idade biológica de uma pessoa. Segundo Wyss-Coray, “o cérebro é o guardião da longevidade. Se ele está envelhecido, o risco de mortalidade aumenta; se está jovem, é provável que a pessoa viva mais”.
A pesquisa, que contou com cerca de 45 mil participantes, utilizou dados do UK Biobank, uma grande base de informações sobre a saúde de britânicos. Durante o estudo, os cientistas analisaram proteínas no sangue e criaram um algoritmo para determinar a idade biológica. Com isso, ao identificar um desvio em relação à idade real, foi possível prever a condição de cada órgão.
A pesquisa fez associação com 15 doenças, incluindo Parkinson, Alzheimer, artrite reumatoide, diabetes tipo 2 e osteoartrite. Os resultados mostraram que corações com idade biológica mais avançada tinham maior risco de insuficiência cardíaca. Nos pulmões, os pesquisadores conseguiram identificar casos de doença pulmonar obstrutiva crônica.
No caso do cérebro, o estudo revelou um aumento significativo no risco de desenvolver Alzheimer. Wyss-Coray mencionou que a idade biológica pode elevar em até 182% o risco de mortalidade em um período de 15 anos. E, conforme as estimativas, o teste oficial deve estar disponível em cerca de dois ou três anos.
Essa pesquisa destaca a importância de investirmos em estudos que ampliem nosso conhecimento sobre a saúde. Além disso, fazer exames periódicos é essencial para detectar precocemente problemas e aumentar as chances de tratamento eficaz. Por isso, sempre vale a pena consultar um médico especialista para orientações e cuidados específicos.