Homem encontra colar de ouro de 1.500 anos na Noruega

Um homem de 51 anos fez uma descoberta incrível ao usar um detector de metais em uma ilha próxima a Stavanger, na Noruega. Ele encontrou um conjunto de joias que tem cerca de 1.500 anos, incluindo nove bracteates (que são medalhões finos de ouro), dez contas e três anéis. Essas peças faziam parte de um colar de alto status social, e o achado foi considerado, segundo arqueólogos, como “o achado do século” na Noruega.
As joias foram desenterradas na ilha de Rennesøy, com um peso total de pouco mais de 100 gramas. Especialistas do Museu Arqueológico da Universidade de Stavanger destacam que encontrar tanto ouro de uma só vez é algo muito raro. Desde o século XIX, não houve um registro de descoberta semelhante na Noruega.
O que realmente chama a atenção nas joias é o motivo gravado nos medalhões. Ele apresenta um cavalo ferido associado ao deus nórdico Odin, o que aumenta ainda mais o valor científico do conjunto. Esse símbolo é interpretado como representação de doença e sofrimento, mas também oferece uma esperança de cura e renovação.
O que exatamente foi encontrado: bracteates, contas e anéis do século VI
As peças identificadas incluem nove bracteates, que são quase planos, feitos de ouro e usados como medalhões. Junto com isso, foram encontrados dez contas e três anéis. Juntas, essas peças formavam um colar que provavelmente era usado pela elite durante o período de migrações (cerca de 400 a 550 d.C.).
Isso tudo pesa mais de 100 g e data de aproximadamente 500 d.C., segundo as análises comparativas realizadas pelos pesquisadores do museu. Não é à toa que eles falam em “achado do século” ao se referirem a este conjunto, já que a quantidade de peças encontradas em um único local é realmente impressionante.
Os motivos do cavalo gravados nos medalhões também se destacam. Eles têm um padrão que difere de outros bracteates conhecidos na Escandinávia, adicionando uma camada extra de originalidade ao achado de Rennesøy, segundo especialistas em iconografia germânica desse período.
A descoberta ocorreu em Rennesøy, perto de Stavanger
Esse momento histórico aconteceu durante o verão de 2023. Enquanto caminhava, o detectorista recebeu um sinal que, a princípio, ele pensou ser de moedas normais. Porém, ao escavar, a surpresa foi enorme ao identificar que se tratava de ouro. Assim que fez a descoberta, ele informou o museu, seguindo as regras estabelecidas por lei.
Depois da notificação, a equipe de arqueologia acompanhou todo o processo de retirada, registro e conservação das peças, que agora fazem parte da coleção do museu. A legislação norueguesa reforça a importância de informar sobre achados, já que bens arqueológicos são considerados patrimônio público. Essa situação serve como um exemplo positivo de como amadores devem proceder ao usar detectores de metais.
Leis da Noruega e lições para quem usa detector de metais
As leis na Noruega são bem claras: objetos de antes de 1537 e moedas anteriores a 1650 pertencem ao Estado e devem ser reportados. Essa regra não serve só para proteger o patrimônio cultural, mas também para garantir que haja pesquisa, conservação e exibição pública dos itens.
Ainda que a prática de “caça ao tesouro” seja bastante popular, especialistas reforçam que o foco deve estar na preservação científica. Se os achados não forem registrados ou ficarem fora de contexto, podem perder muito de seu valor histórico, dificultando futuras interpretações.
Imaginar como essas práticas poderiam ser aplicadas em outros países, como o Brasil, levanta um debate interessante. Será que regras mais rígidas para a busca de tesouros poderiam ajudar a preservar nosso patrimônio cultural?