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Funcionários da Coca-Cola tentam vender segredos à Pepsi

Em 2007, um episódio inusitado agitou o mundo corporativo nos Estados Unidos. Três pessoas tentaram vender segredos da Coca-Cola para a concorrente PepsiCo e acabaram sendo presas após uma denúncia que acionou o FBI. Entre os envolvidos, estava uma assistente da Coca-Cola, que teve um papel central nesse esquema.

Roubo e tentativa de venda

Joya Williams trabalhava como assistente administrativa do diretor global da Coca-Cola, em Atlanta. Aproveitando-se de sua posição, ela acessou documentos sigilosos e amostras de produtos que ainda estavam em desenvolvimento. Joya entregou esse material a dois cúmplices: Ibrahim Dimson e Edmund Duhaney.

A ideia do trio era lucrar com essas informações privilegiadas. Para isso, eles redigiram uma carta endereçada à PepsiCo, usando papel timbrado da própria Coca-Cola. Nela, ofereceram os segredos da marca “ao maior lance”. Dimson, que se apresentou sob o nome falso de “Dirk”, dizia ser um alto executivo da Coca-Cola.

Alerta da Pepsi à Coca-Cola

Assim que a Pepsi recebeu a proposta, ao invés de aceitá-la, decidiu alertar a Coca-Cola. A empresa encaminhou uma cópia da carta recebida e informou sobre a tentativa de vazamento. Foi a partir desse ponto que a Coca-Cola acionou o FBI, que começou uma investigação discreta.

Para descobrir quem estava por trás do plano, o FBI montou uma operação disfarçada. Um agente fez-se passar por um comprador interessado e chegou a oferecer US$ 30 mil por parte dos documentos, prometendo até US$ 1,5 milhão pelo restante das informações.

Ação do FBI

Durante as negociações, Dimson enviou ao agente disfarçado 14 páginas com o logotipo da Coca-Cola, marcadas como “Classificado – Confidencial” e “Altamente Restrito”. A Coca-Cola analisou o material e confirmou que os documentos eram verdadeiros. Curiosamente, a famosa fórmula secreta da bebida não estava entre os itens vazados.

Joya foi identificada através de escutas e imagens das câmeras internas da empresa. Nos vídeos, ela aparece mexendo em arquivos e guardando documentos e amostras de produtos que ainda estavam em teste. Ao longo da investigação, ficou claro que ela era a fonte das informações que chegaram ao FBI.

Condenação dos envolvidos

Durante o julgamento, Joya alegou que havia sido enganada pelos dois homens. No entanto, posteriormente, ela acabou assumindo a responsabilidade. O procurador do caso, Byung J. Pak, deixou claro que Joya não merecia clemência por ter mentido e por ter optado por ir a julgamento. O juiz J. Owen Forrester, que cuidou do caso, disse que o crime não poderia ser passado por cima.

Como resultado, Joya Williams foi condenada a oito anos de prisão por conspiração, uma pena considerada acima da média pelo juiz. Dimson, que foi o autor da carta e liderou a negociação, recebeu cinco anos de prisão. Duhaney, que teve um papel menos ativo e cooperou com a investigação, foi condenado a três anos em liberdade condicional.

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