Evidências mostram que pirâmides do Egito foram feitas por trabalhadores assalariados

As pirâmides do Egito sempre despertaram a curiosidade de muita gente. Por muito tempo, teorias iam desde o uso de mão de obra escrava até a hipótese de que extraterrestres teriam participado. Mas, novas descobertas em Gizé estão mudando essa perspectiva. Pesquisas recentes mostram que quem ergueu essas maravilhas arquitetônicas foram trabalhadores assalariados, bem tratados e que moravam em vilas próximas ao local da construção.
Essas informações vêm do renomado egiptólogo Zahi Hawass, que encontrou inscrições com mais de 4.500 anos. Essas inscrições revelam detalhes do dia a dia dos trabalhadores, como suas rotinas e como os blocos de pedra eram transportados. Surpreendentemente, os operários recebiam alimentos como tâmaras, carne e legumes como parte de seu pagamento.
Outro dado interessante é o cemitério descoberto, exclusivo para os construtores. A localização dos túmulos, perto das pirâmides, e sua elaboração indicam prestígio, algo inexplicável se considerássemos que os trabalhadores eram escravizados. Como Hawass bem colocou, “se fossem escravos, não teriam sido enterrados à sombra das pirâmides”.
Vida dos Trabalhadores nas Vilas Organizadas
Os pesquisadores descobriram que esses trabalhadores viviam em vilas estruturadas. Essas comunidades tinham mercados, dormitórios, cozinhas e até áreas para cuidados médicos. Ossos encontrados na região revelaram que muitos desses homens receberam tratamento para fraturas, reforçando a ideia de uma organização social que valorizava seus operários.
Mark Lehner, da Ancient Egypt Research Associates, sugere que alguns trabalhadores, especialmente os de posições mais altas, poderiam até ter recebido terras como forma de recompensa. A presença de hierarquias e incentivos mostra que havia uma estrutura de trabalho bem orquestrada, e não algo imposto.
Um detalhe fascinante é a descoberta de grafites deixados pelos próprios trabalhadores dentro da Câmara do Rei. Esses registros mencionam equipes organizadas, como “Amigos de Quéops”, e descrevem técnicas utilizadas na construção, como rampas cobertas de lama e entulho.
Construção da Grande Pirâmide de Gizé
A famosa Grande Pirâmide, construída para o faraó Quéops, requereu um esforço monumental. Ao todo, foram utilizados mais de 2 milhões de blocos de pedra, com pesos variando entre 2 e 15 toneladas. Para garantir que tudo se encaixasse perfeitamente, os egípcios contaram com trabalhadores especializados em diversas áreas, como pedreiros e engenheiros.
A logística para transportar os blocos foi comprovada pelo Diário de Merer, um papiro encontrado em 2013. Nele, estão detalhados os deslocamentos dos blocos pelo Nilo, sinalizando um planejamento meticuloso e a existência de um projeto estatal robusto.
Curiosamente, todas as pirâmides foram erguidas na margem oeste do Nilo, região simbolicamente ligada à morte na mitologia egípcia, o que demonstra o cuidado dedicado às construções funerárias.
A Reconhecimento e o Status Social dos Trabalhadores
As evidências arqueológicas e os achados nos papiros apontam que as pirâmides foram construídas por cidadãos egípcios, organizados em equipes e recebendo remuneração justa. As teorias de que foi tudo obra de escravos ou alienígenas, tão populares em filmes e séries, estão perdendo força com essas novas descobertas.
Cemitérios planejados, comunidades organizadas e registros escritos feitos pelos próprios operários colocam em xeque visões tradicionais que duraram décadas. Hoje, esses estudos não só esclarecem um grande mistério da história, mas também exaltam o esforço humano por trás de uma das maiores realizações arquitetônicas da Antiguidade.