Defeitos dos chefs de alto nível e o sucesso do MasterChef

Na última terça-feira, 15 de agosto, estreou na TV Globo o novo reality show culinário “Chef de Alto Nível”. O programa foi exibido na mesma faixa horária do “MasterChef Brasil”, da Band, gerando comparações entre as duas produções. A estreia do programa da Globo levantou questões sobre sua dinâmica e estrutura, que diferem bastante do seu concorrente.
O “MasterChef” é um formato mais conhecido e compreensível para o público. Nele, cozinheiros amadores enfrentam desafios em cada episódio e são eliminados conforme seu desempenho. A competição avança até que apenas dois concorrentes cheguem à final, onde o vencedor é escolhido com base na qualidade dos pratos apresentados.
Em contraste, o “Chef de Alto Nível” recebeu muita promoção antes de sua estreia, mas seu primeiro episódio foi apresentado de forma apressada, deixando o público confuso sobre a dinâmica do programa. O episódio inicial contou com apenas cozinheiros amadores, e três deles foram eliminados imediatamente, o que gerou dúvidas nas redes sociais sobre a participação de outros cozinheiros, como chefs e influenciadores de gastronomia.
O formato do programa divide as competições em grupos, com dois episódios por semana, mas essa divisão parece acelerar demais a apresentação dos pratos e das avaliações dos jurados. Isso se traduz em comentários rápidos e pouco claros, que nem sempre esclarecem o público sobre o que ocorreu durante as provas.
Além disso, as reportagens sobre o espaço grandioso onde o programa é gravado, com cozinhas distribuídas em três andares, não explicaram adequadamente como a dinâmica funcionará. O público ficou sem entender como os participantes se deslocarão entre os andares e como os jurados irão atuar na competição.
Por outro lado, o “MasterChef” se destaca pela sua clareza e envolvimento com a audiência. Com episódios de aproximadamente uma hora e meia, o programa consegue apresentar os pratos com mais detalhe, e os jurados oferecem comentários mais elaborados, o que resulta em uma experiência mais rica para o telespectador.
Outro ponto que chamou atenção foi a participação da apresentadora Ana Maria Braga. Considerada uma das grandes names da culinária na televisão brasileira, sua presença no “Chef de Alto Nível” parece estar subutilizada, o que levou muitos espectadores a sentirem sua falta durante a exibição do programa. No “MasterChef”, embora Ana Paula Padrão não estivesse no formato original, ela se tornou uma figura central da competição, estabelecendo uma conexão com os participantes e o público.
Com o avanço da temporada, é esperado que o “Chef de Alto Nível” evolua, e que as explicações sobre suas dinâmicas se tornem mais claras para a audiência. Essas questões levantadas, embora representem escolhas da emissora e do formato adquirido, podem ser prejudiciais no competitivo cenário da TV aberta, onde captar a atenção do público é crucial para o sucesso de novos projetos.